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Guaidó desafia proibição de Maduro e vai a show na Colômbia

Dois shows simultâneos, um na Colômbia e outro na Venezuela, marcam nesta sexta-feira, uma nova disputa pelo governo venezuelano,

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Por Redação

CÚCUTA, COLÔMBIA - O líder da oposição Juan Guaidó, reconhecido por 50 países como presidente interino da Venezuela, compareceu nesta sexta-feira, 22, ao show realizado no lado colombiano da fronteira, apesar de uma ordem de justiça de Nicolás Maduro que o impedia de deixar o país. De camisa branca, ele foi visto cercado por policiais e erguendo o punho, ao lado do presidente colombiano Iván Duque. 

Na Colômbia, Juan Guaidoacena para apoiadores Foto: Luis ROBAYO / AFP

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Dois shows simultâneos, um na Colômbia e outro na Venezuela, marcaram hoje uma nova disputa pelo governo venezuelano, antes da aposta da oposição de conseguir a entrada de ajuda básica no país, em desafio a Maduro. A distância entre os dois palcos, posicionados nas respectivas fronteiras em cada lado da Ponte Internacional de Tienditas, é de 300 metros

Assista à transmissão do evento colombiano:

Em torno de 250 mil pessoas eram esperadas para comparecer ao Venezuela Live Aid, evento pró-Guaidó e pró-ajuda humanitária organizado pelo bilionário britânico Richard Branson na cidade de Cúcuta, na Colômbia. A previsão é de arrecadar US$ 100 milhões em 60 dias para a Venezuela, que enfrenta intensa escassez de produtos básicos e hiperinflação, e o objetivo é trazer atenção global para a crise no país sul-americano.

No total, foram 32 artistas de Argentina, Colômbia, Espanha, EUA, México, Porto Rico, Suécia e Venezuela que participarão do concerto, dividido em cinco blocos. Entre as estrelas que subiram no palco montado na Ponte Tienditas estavam Maná, Alejandro Sanz, Luis Fonsi, Maluma, Juanes e Fonseca. 

Em um discurso, Branson agradeceu a presença do público. “Esse show não se trata apenas de uma apresentação musical. É sobre marcar a diferença na vida de milhares de pessoas que vem sofrendo. Temos de romper com isso e terminar com essa crise”, disse. 

“A música é a linguagem universal que conecta a cultura e rompe as diferenças. Quando a gente compartilha uma música, há uma festa e também esperança. Estou agradecido por esse grupo de artistas, que doou tempo e talento para que esse esforço se tornasse realidade”, afirmou o britânico. 

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A poucas horas de começar o evento, o público se prepara para assistir aos shows de cantores latinos em Cúcuta Foto: Raul Arboleda/AFP

Enquanto subiam ao palco, os artistas faziam um discurso pedindo a Venezuela livre. “Chega de ditadura”, afirmou o cantor venezuelano José Luis Rodríguez, conhecido como “El Puma”, que agradeceu Guaidó. “Que o sangue derramado não seja em vão.”

O cantor venezuelano Danny Ocean, que vive em Miami, nos EUA, usou uma camiseta com a imagem de Nelson Mandela. “Depois de três anos, é a primeira vez que estou tão perto da Venezuela”, disse Ocean, que pediu para que todos trabalhem em equipe pela liberdade do país. Lele Pons, atriz venezuelana naturalizada americana, chorou ao subir ao palco e disse que estava vivendo o momento mais importante de sua carreira.

Nas proximidades do Venezuela Live Aid, também estão 10 caminhões com os quais a oposição venezuelana pretende transportar no sábado 23 os alimentos, kits de higiene e remédios enviados pelos Estados Unidos.

O governo de Maduro alertou que não permitirá a passagem da carga, por considerar a ajuda um pretexto para uma intervenção militar, opção não descartada por Washington. A ponte de Tienditas foi bloqueada por militares venezuelanos com contêineres e outros obstáculos.

Trabalhadores montam o palco do show pró-governo de Nicolás Maduro na quinta-feira 21, que acontecerá a 300 metros do evento rival no outro lado da fronteira Foto: Juan Barreto/AFP

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Maduro, que nega qualquer crise humanitária, tentou responder à pressão também com um show.  O palco montado em San Antonio del Táchira, porém, atraiu poucas pessoas que se misturavam ao forte aparato de segurança chavista. 

A lista de artistas não foi divulgada, mas haviam confirmado participação, segundo o governo, o cantor Omar Acedo e o grupo de merengue Las Chicas del Can, da República Dominicana. As apresentações, que devem terminar amanhã, foram organizadas pelo ministro da Informação, Jorge Rodríguez. 

De acordo com Valentina Lares Martiz, correspondente do jornal colombiano El Tiempo, enquanto os operários montavam o cenário, a música que tocava ao fundo era uma canção do colombiano Carlos Vives, que se apresentaria do outro lado da fronteira, no show “Venezuela Aid Live”. 

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Os produtores do evento na Colômbia afirmam que, apesar da proximidade, dificilmente o som de um show vai interferir no outro. / AFP e REUTERS

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