Três estudantes americanos de origem palestina, que usavam o keffiyeh, tradicional lenço palestino, foram baleados na noite de sábado, 25, na cidade de Burlington, em Vermont, por um indivíduo ainda não identificado.
As autoridades locais informaram neste domingo em comunicado que um homem branco se aproximou dos jovens enquanto caminhavam e “sem falar, disparou pelo menos quatro vezes, e acredita-se que tenha fugido a pé.”
Dois deles ficaram feridos no tronco e um nas pernas. Duas das vítimas estão estáveis e uma ficou gravemente ferida.
A polícia não revelou o nome das vítimas, mas disse que todas tinham cerca de 20 anos e visitavam a família de uma delas no feriado de Ação de Graças. Todos os três são descendentes de palestinos, sendo dois cidadãos americanos e um residente legal.
A ONG Comitê Árabe-Americano Antidiscriminação identificou os estudantes como Hisham Awartani, da Brown University; Kinnan Abdalhamid, da Haverford University, e Tahseen Ahmed, da Trinity University.
Em nota, a organização afirmou que, após análise das informações iniciais fornecidas, há “razões para acreditar que este ataque ocorreu porque as vítimas são árabes”.
“A ADC apela às autoridades de Vermont para que investiguem este tiroteio como um crime de ódio. Além disso, a ADC contactou o Departamento de Justiça (DOJ) e o Federal Bureau of Investigation (FBI) para solicitar também uma investigação imediata sobre os crimes de ódio.” dizia o comunicado.
O chefe da polícia de Burlington, Jon Murad, e o prefeito Miro Weinberger disseram que os feridos podem ser vítimas de um crime de ódio, mas esperam a confirmação das investigações.
O Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR), a maior organização muçulmana de defesa e direitos civis do país, ofereceu hoje uma recompensa de US$ 10 mil por informações que levem à prisão e à condenação do suspeito.
O CAIR também apelou às autoridades policiais estaduais e federais em Vermont para investigarem um possível motivo racial para o ataque.
Segundo os jornalistas que acompanham o presidente Joe Biden, o presidente foi informado sobre o ataque e “continuará a receber atualizações à medida que as autoridades recolherem mais informações.”
Há algumas semanas, Biden informou que ordenou ao secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, e ao procurador-geral, Merrick Garland, que reforçassem as proteções para a comunidade judaica, muçulmana e árabe-americana, com a ampliação da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. /EFE