Criador da web, Berners-Lee diz que a 'moda' das gigantes da internet passará

Em entrevista à agência de notícias Reuters, o 'pai' da web afirmou que uma mudança na internet é urgente e necessária para melhorar uma disparidade digital no acesso online dos jovens

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Por Agências
Atualização:
Tim Berners-Lee está trabalhando em um projeto de software de código aberto, chamado Solid, em que os dados pessoais das pessoas são controlados pelo usuário Foto: Simon Dawson/Reuters

Para Tim Berners-Lee, inventor da World Wide Web, o domínio das gigantes da internet é uma "moda passageira" que não precisa durar. Em entrevista à agência de notícias Reuters, ele afirmou que a mudança nesse poder é urgente e necessária para melhorar uma disparidade digital no acesso online dos jovens.

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Berners-Lee, de 65 anos, está trabalhando em um projeto de software de código aberto, chamado Solid, em que os dados pessoais das pessoas são controlados pelo usuário, em vez de plataformas como o Facebook. Ele diz que mantém "um sentimento de inquietação, de que precisamos fazer alguma coisa para mudar o cenário".

Eventos como uma disputa entre o Facebook e a Austrália, que levou ao bloqueio da rede social no país, fez com que muitos cidadãos e governos revissem suas relações com as gigantes da internet e empresas de mídia social.

"Estou otimista, porque vimos alguns modismos dominantes na internet antes ... e então as coisas mudam", disse ele. "Há uma grande consciência de que as coisas precisam mudar."

Na visão do criador da web, uma combinação de política governamental e tecnologia poderia trabalhar em conjunto e ajudar as pessoas a recuperarem o controle sobre seus dados e suas vidas online.

Em uma carta que coincidiu com o 32º aniversário da web, Berners-Lee alertou sobre uma crescente exclusão digital que, segundo ele, pode ameaçar as chances de muitos jovens, com uma em cada três pessoas entre 15 e 24 anos sem acesso a nenhuma internet no mundo.

Ele disse que reconhecer a internet como um direito básico, semelhante a como a eletricidade era vista no século passado, é vital, especialmente em um mundo que é cada vez mais moldado por quem tem acesso à web.

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"A única coisa sensata a se pensar é que as coisas vão acelerar e continuar acelerando", disse ele à Reuters. "Estamos passando por outra mudança radical na velocidade com que o mundo está mudando."

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