Menos de 1% dos sites brasileiros são totalmente acessíveis, aponta pesquisa

Levantamento analisou aspectos como imagens, links e presença de marcadores de formulários para ajudar o acesso de deficientes auditivos, visuais ou motores

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Por Bruna Arimathea
Atualização:
Apesar do índice baixo,o número de sites com falhasem todos os testes caiu para 0,01% Foto: Pixabay

Um levantamento do Movimento Web para Todos e da BigDataCorp indicou que apenas 0,74% dos sites brasileiros foram aprovados em todos os testes de acessibilidade para pessoas com algum tipo de deficiência, como visual, auditiva ou motora. A pesquisa incluiu 14,65 milhões de sites ativos no País. 

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Em estimativa, o Movimento Web para Todos afirma que atualmente, o Brasil possui mais de 45 milhões de pessoas que precisam de alguma adaptação nos sites para consumirem conteúdos na internet. Em tempos de pandemia de coronavírus, onde a informação é rapidamente atualizada nas redes, muitas dessas pessoas podem ficar sem acesso, à margem da falta de ajustes de veículos na rede. 

Os critérios avaliados na pesquisa seguem os mesmos aplicados anteriormente, em setembro de 2019. Entre eles estão verificações de formulário em aqueles sites que possuem campos de preenchimento de dados, imagens, links e validação do World Wide Web Consortium (W3C), entidade referência de padrões a serem seguidos na web. Cerca de 68,8% dos sites brasileiros foram submetidos aos testes propostos.

Mesmo com a pequena porcentagem — 0,74% —os números indicam melhora de pelo menos 20% desde o último levantamento. Ainda, no ano passado, 5,60% dos sites falharam em todos os testes, enquanto neste ano, o número caiu para 0,01% de sites falhando em todos os testes aplicados. 

Segundo os organizadores do estudo, sites que não passam no teste ainda podem oferecer adaptações para deficientes, a validação apenas certifica uma maior probabilidade navegação e experiência do usuário. Reinaldo Ferraz, especialista em Desenvolvimento Web do W3C Brasil, explica que apesar de não ser um verificador de acessibilidade, a conformidade com o teste ajuda a eliminar barreiras, obrigando o site a ter descrição de imagens e marcador de formulários, por exemplo.

Governo também teve melhora

Nos sites governamentais, o levantamento indicou uma melhora em relação ao ano passado. No primeiro estudo, apenas 0,34% dos sites não apresentavam algum tipo de problema, enquanto neste ano, 3,29% não apresentam falhas na avaliação. Por segmento, os que mais apresentam problemas na acessibilidade são blogs, seguidos por e-commerce, sites corporativos, de notícias e educacionais. 

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“Parece que está existindo certo esforço. Eles não cobrem todos os quesitos, porém a quantidade de sites falhando em todos os testes é muito menor que no ano passado. Mas o fato é que ainda temos 99,26% dos sites com pelo menos um problema a ser solucionado em termos de acessibilidade”, explicou o presidente executivo da BigDataCorp, Thoran Rodrigues, durante teleconferência realizada com jornalistas.

*É estagiária, sob supervisão do editor Bruno Capelas

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