Operadoras buscam regras flexíveis para neutralidade da rede no Brasil

Em comunicado, Sinditelebrasil defendeu que não deve haver regra técnica para gestão de tráfego; segundo especialistas ouvidos pelo 'Estado', internet brasileira corre menos riscos

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Hoje, a neutralidade da rede é um dos pilares centrais do Marco Civil da Internet, lei aprovada em 2014 Foto: Agência Senado

A decisão da agência reguladora de telecomunicações dos Estados Unidos (FCC, na sigla em inglês) de acabar com o princípio da neutralidade da rede pode ter reflexos no Brasil a curto prazo. O Sinditelebrasil, entidade que representa as operadoras do País, defendeu a flexibilização da neutralidade da rede.

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Hoje, ela é garantida pelo Marco Civil da Internet, lei aprovada em 2014 durante a gestão de Dilma Rousseff. “Do ponto de vista técnico, não deveria haver uma regra para interferir na gestão do tráfego”, disse o Sinditelebrasil, em nota. 

Para Eduardo Magrani, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio), as operadoras vão reforçar o lobby, buscando modelos de negócios sem a interferência da neutralidade da rede.

Mas, segundo Rafael Zanatta, pesquisador do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o risco de mudanças é pequeno. “A neutralidade da rede está definida por lei”, avalia Zanatta. “O custo político de se alterar o Marco Civil é muito alto. Nenhum deputado ou senador vai querer isso.”

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