Nesta quarta-feira, 27, o Twitter afirmou que censurou tuítes relacionados ao documentário Q: Into The Storm, pois o conteúdo foi visto como conteúdo inapropriado para a plataforma, segundo as regras de políticas de uso. O longa faz críticas a rede social por ter sido uma grande ajuda de divulgação do movimento QAnon nos EUA.
As afirmações são que o Twitter passou a impedir o alcance de postagens que tinham relação com o documentário depois que seu criador, Cullen Hoback, tentou pagar a plataforma para impulsionar sua publicação.
A rede social disse que o material da série foi revisto e seu conteúdo foi considerado inapropriado para as políticas da plataforma. O impulso de Hoback então foi barrado e a partir do momento da revisão, qualquer comentário que envolvesse seu filme tinha um alcance limitado.
Em entrevista ao site americano Gizmodo, Hoback criticou a decisão: “Talvez o Twitter não tenha gostado de ter suas práticas de censura esclarecidas na série”. O criador também disse que, para combater o movimento conspiracionista, era necessário mostrar como ele funciona e não censurar as conversas sobre o assunto.
O diretor também falou sobre a repercussão do documentário “Até onde eu sei, ninguém assistiu a série e terminou acreditando no QAnon. Na verdade, recebi mensagens de agradecimento, dizendo que o conteúdo os ajudou a reatar laços familiares e fez pessoas deixarem de acreditar no movimento”.
Foi dito pelo Twitter que uma série de perfis que fizeram publicações sobre o QAnon foram removidos da barra de pesquisa e o algoritmo da rede parou de recomendá-los quando o nomeou qualquer conteúdo similar ao movimento era pesquisado. Essas medidas foram tomadas depois do episódio da invasão ao Capitólio no dia 6 de Janeiro de 2021, nos EUA.
“Em 2021, o Twitter tomou a decisão de não permitir a promoção deste documentário por meio de publicidade na plataforma”, disse a empresa. “Esta decisão foi alinhada com as ações que tomamos para suspender contas dedicadas ao QAnon e limitar a visibilidade do conteúdo relacionado ao QAnon na plataforma em geral. Como resultado, o cliente não poderá promover esse conteúdo.”
Depois do que ocorreu no Capitólio, certa de 70 mil contas foram suspensas no Twitter. Na época, a empresa declarou que eles estavam procurando maneiras de impedir a divulgação de informações sobre o QAnon.
Outras contas que a empresa afirmou não serem “predominantemente engajadas” na divulgação do conteúdo também foram atingidas. A rede passou a limitar a visibilidade nas buscas e a proibiu a recomendação do tópico no Twitter.
No dia 25 de abril, a empresa do passarinho azul foi comprada por Elon Musk por US$ 44 bilhões. O bilionário é um defensor do discurso de liberdade de expressão nas redes sociais e quer mudar grande parte das políticas do Twitter.