Nos EUA, Uber reduz ritmo de crescimento após escândalos

Estudo da consultoria eMarketer reduziu previsões de expansão do aplicativo comandado por Dara Khosrowshahi após crise em 2017; enquanto isso, rival Lyft tem crescido

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Por Agências
Uber é uma das principais empresas de compartilhamento de viagens do mundo Foto: Josh Edelson/AFP

A redução do crescimento do aplicativo de transportes Uber nos Estados Unidos permitiu que seu principal rival no mercado americano, o Lyft, ganhasse mais espaço na disputa de mercado. É o que revela um estudo divulgado pela consultoria de mercado eMarketer nesta segunda-feira, 14. 

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Segundo a empresa, o Uber deve ter um crescimento reduzido em 2018, chegando a 48 milhões de usuários americanos adultos no final deste ano. É um crescimento de 18% na comparação com 2017, mas abaixo da previsão anterior da consultoria, que previa 51 milhões de usuários para a empresa. 

Para o relatório, a imagem da empresa foi arranhada por uma série de escândalos que se envolveu no ano passado. Entre eles, estão acusações de assédio sexual e moral dentro da empresa, o processo de roubo de tecnologia movido pela Alphabet, holding que controla o Google, e até mesmo a saída do presidente executivo do Uber na época, Travis Kalanick, removido após uma série de polêmicas. Procurado pela Reuters, o Uber não respondeu a pedidos de comentários. 

Enquanto isso, o rival Lyft cresceu rapidamente no mercado americano, adicionando mais de 160 cidades ao seu serviço no último ano. Além de se beneficiar da imagem arranhada do Uber, a empresa também contou com a vantagem de que muitos usuários já sabiam como usar aplicativos de transporte, disse a eMarketer. Segundo o Lyft, seu aplicativo tem hoje 35% do mercado americano de aplicativos de transporte – em 16 cidades, sua presença chega a bater os 40%. 

"O problema de marca do Uber foi maior do que o esperado com uma série de escândalos", disse Shelleen Shum, diretor de previsões da eMarketer. "Já o Lyft, que tem crescido rápido, aproveitou sua oportunidade para se mostrar como uma alternativa socialmente consciente." 

Ainda assim, o Uber continua sendo o aplicativo dominante. Ao final de 2018, ele deverá ser usado por 77% dos usuários que se locomovem com aplicativos de transporte – embora enfrente queda; no final de 2016, era usado por 90% das pessoas. Já o Lyft deve subir de 29% no fim de 2016 para 48% no final deste ano. Para 2022, a projeção da consultoria é de que o Uber seja usado por 74% dos consumidores; o Lyft, por 59% – alguns consumidores utilizariam os dois serviços. 

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