Loggi vai fazer entregas para pessoa física e esquenta disputa com os Correios

Com novo serviço, startup aposta em tecnologia para ganhar terreno da empresa estatal

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Foto do author Bruno Romani
Por Bruno Romani

A Loggi anuncia nesta terça, 2, que vai iniciar um serviço de entregas para pessoas físicas, o que coloca a startup de logística em disputa direta com os Correios. Por meio do Loggi Fácil, qualquer pessoa poderá dispor da mesma malha que a companhia já oferece para gigantes do comércio eletrônico. O serviço começa disponível em São Paulo, Guarulhos, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Campinas, Ribeirão Preto e Londrina - ao longo do ano, deve existir um movimento de expansão para outras praças.

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A iniciativa da startup é a primeira após uma demissão em massa realizada em abril. Na época, Thibaud Lecuyer, CEO da companhia, disse ao Estadão que planejava acelerar o serviço para pequenas e médias empresas.

Mais do que isso, a Loggi colocou um pé na disputa com os Correios ao permitir o envio de pacotes por pessoa física. Essa é uma visão que está nos planos da companhia desde a sua fundação em 2013. Ao longo dos anos, porém, a startup se aproximou dos gigantes do comércio eletrônico, que passavam por expansão.

Dessa maneira, a Loggi cresceu junto - em 2021, recebeu um aporte de US$ 212 milhões -, mas ficou com a imagem associada às grandes lojas virtuais. “O movimento agora é como uma volta às origens. A gente nasceu pensando na pessoa física, diz à reportagem Grégoire Balasko, vice-presidente da Loggi.

Embora desconverse sobre uma disputa direta com os Correios (especialmente porque a Loggi trabalha em parceria com a estatal em algumas rotas), Balasko diz que a companhia aposta em tecnologia para transformar a entrega de pacotes no Brasil.

Com o Loggi Fácil, o cliente não precisará ir à postos de entrega ou cuidar da embalagem da entrega. Tudo será resolvido pelo aplicativo e o pacote (ou entrega) é retirado na casa do cliente - a embalagem também fica sob a responsabilidade da companhia. A ideia é gerar contraste com o ritual tradicional de enviar um pacote pelos Correios.

Gregorie Balasko diz que a maior aposta do ano da Loggi é a entrega de pacotes por pessoas físicas  Foto: Werther Santana/Estadão

“O Brasil tem um grande potencial. Algumas pesquisas mostram que em outros países a média anual de envios por pessoa é de 65 pacotes por ano. No Brasil, esse número é de 6″, diz o executivo.

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Maior aposta do ano da companhia, a Loggi espera movimentar até 1 milhão de pacotes por dia - atualmente, ela está em 4 mil municípios no País (ainda longe de cobrir os 5.570 municípios brasileiros). Caso atinja a meta, a startup deve movimentar o centro de distribuição (ou crossdocking) em Cajamar (SP), com capacidade para processar até 1 milhão de pacotes por dia. Construído a um custo de R$ 150 milhões, o galpão nunca operou em capacidade máxima.

Recentemente, a empresa anunciou a abertura de um novo centro de crossdocking no Rio de Janeiro, com capacidade para processar até 200 mil pacote por dia.

Como usar o Loggi Fácil

  • No app da Loggi, indique o endereço de coleta (remetente) e entrega (destinatário);
  • Informe o tamanho do item;
  • Selecione a opção Loggi Fácil como forma de envio;
  • Agende dia e horário da coleta;
  • Entregue o item, com um código de identificação, para a pessoa responsável pela coleta.



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