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Jornalista, escritor e palestrante. Escreve às quintas

Opinião|Vivemos no mundo que o iMac criou

Lançamento da Apple revolucionou a computação pessoal e tem impacto até os tempos de hoje

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Foto do author Pedro Doria

No dia 15 de agosto de 1998, a Apple pôs nas lojas um computador de corpo único, seu monitor integrado, cuja parte traseira era de um plástico azul translúcido. O iMac faz, esta semana, 25 anos. Foi um computador icônico, todo mundo lembra da sua cara. Mas foi, igualmente, um computador revolucionário. O mundo digital que conhecemos hoje, inclusive os smartphones que usamos, dificilmente sequer existiriam não fosse aquela máquina.

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Steve Jobs, fundador da Apple, havia sido expulso da companhia em 1985. Aí foi tocar a vida. Quando foi trazido de volta, em 1997, a empresa estava no chão. Não tinha recursos para se manter de pé por muito mais tempo. Precisava, pois, de um produto. Um único produto — e esse único produto tinha de ser um tiro certeiro, algo de tanto sucesso que simultaneamente puxasse um quê o valor das ações da empresa para cima e pusesse dinheiro o suficiente em caixa para garantir algum fôlego.

Esse ano, 1998, é tão distante quanto próximo. Já mudou tanta coisa, desde então, que muitas vezes perdemos a perspectiva de como era diferente. Muita gente, por exemplo, não tinha um computador em casa. Já havia internet, claro, a rede apareceu para fora das universidades três anos antes. Àquela altura, muita gente já havia se convencido de que precisava estar online, mas hesitava. Comprar um computador, por no computador um modem, configurar a rede, fazer a primeira conexão. Tudo parecia muito complicado. As pessoas contratavam técnicos para fazer o serviço, professores para explicar como navegar.

Primeiro lançamento da Apple após retorno de Steve Jobs à empresa foi o iMac G3, custando US$ 1,3 mil Foto: Peter Morgan/Reuters

Com cor de jujuba, aquela máquina era feita para não intimidar. Algo que as pessoas teriam orgulho de ter em cima da mesa. E já vinha pronta para se conectar à internet, tudo o mais intuitivo possível. O i de iMac, esquecemos muito rápido, era de internet. Com ele, Jobs começou uma arrancada criativa que o consolidaria como talvez o nome mais importante da história do Vale do Silício.

Em 2001, foi o momento de ele colocar o iPod à venda. Havia outros tocadores de música digital, como no lançamento do iMac havia outros computadores que acessavam a internet. Mas aquele era mais fácil de usar. O iPhone veio em 2007. Era como juntar o iPod e um iMac com um celular. Foi, também, o primeiro smartphone. A partir dali, a própria internet mudaria radicalmente. Se tornaria móvel, social, cada vez mais ancorada em imagens. Aí em vídeos.

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A Apple é, hoje, a empresa mais valiosa do ocidente. Se não fosse o iMac, a empresa não sobreviveria. Sem ela, e com Jobs em seu comando, nossa experiência online seria completamente diferente.

Lançamento da empresa da maçã ajudou a moldar o mundo atual Foto: Paul Sakuma/AP Photo
Opinião por Pedro Doria
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