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Apas quer flexibilização de rodízio de caminhões em São Paulo

Para vice-presidente da associação, medida pode atrapalhar fornecimento de pão de forma na capital

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Por Carolina Freitas
Atualização:

Para diminuir o impacto da restrição de rodagem de veículos de carga na cidade de São Paulo, que permite a circulação apenas das 5 às 21 horas, anunciado na terça-feira, 1º, pela Prefeitura e que passa a valer em 15 de maio, a Associação Paulista dos Supermercados (Apas) propõe uma flexibilização da medida. A associação defende que os veículos urbanos de carga (VUCs), caminhões de até 6,3 metros, não sejam atingidos pela proibição.   Veja também: O tráfego agora   As rotas alterantivas para fugir do congestionamento As obras e propostas de estacionamento da Prefeitura e opine    "O VUC é necessário, senão os transportadores podem optar por Kombis e aí o trânsito só vai piorar", diz o vice-presidente de Comunicação da Apas, Martinho Paiva Moreira. "O transporte de mercadoria precisa ser mais bem estudado pela Prefeitura."   Segundo Moreira, a liberação dos VUCs tornaria viável a restrição de circulação diurna na região central e o rodízio de caminhões nas Marginais do Tietê e do Pinheiros e na Avenida dos Bandeirantes das 7 às 10 horas e das 17 às 20 horas, medida também apresentada na terça. Moreira propõe que sejam instalados, nas entradas da cidade, estações de transbordo, áreas onde os grandes caminhões possam parar para transferir a mercadoria para veículos menores, que fariam a entrega na cidade. "Caso contrário, não há onde parar os caminhões ou como abastecer as lojas em São Paulo", diz.   Moreira aponta para um aumento do custos para os supermercados, no frete e na infra-estrutura para receber os produtos durante a madrugada, quando fica liberada a carga e descarga na cidade. "As transportadoras que vêm de outros Estados terão de parar seus caminhões em algum lugar no meio do caminho", diz. "Isso tem custo e frete vai subir. Como não podemos repassar o aumento para o cliente, ficamos no meio do sanduíche."   As novas regras exigirão dos supermercados ainda uma estrutura para recebimento de mercadorias "24 horas", segundo Moreira. "Para nós é o pior dos mundos, pois teremos mais custos operacionais, com pessoal para fazer a segurança, receber e fiscalizar a chegada dos produtos."   Desabastecimento   Moreira aponta para o risco de desabastecimentos pontuais nos supermercados paulistanos. Pode haver dificuldade para entregar, por exemplo, pão de forma. "É um produto que exige abastecimento diário, normalmente feito entre 5 e 10 horas", diz. "Como o pico de vendas vai da abertura do supermercado até as 11 horas, a medida atrapalha muito a entrega do produto e oferece risco de desabastecimento."   A Apas oficializou a intenção de diálogo com o prefeito Gilberto Kassab em uma carta protocolada. Não recebeu, no entanto, resposta. "Queremos colaborar", diz Moreira. "Melhorar o trânsito é interesse de todos."

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