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Dilma venceria eleição, apesar de 50% rejeitarem forma de governar, diz Ibope

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Por ANTHONY BOADLE

A popularidade da presidente Dilma Rousseff continuou a cair, embora ela ainda apareça em vantagem para ganhar a reeleição em um provável segundo turno, mostrou pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira. Pela primeira vez desde a onda de protestos contra precários serviços públicos e corrupção, no ano passado, mais brasileiros desaprovam do que aprovam o governo de Dilma, inclusive os programas de redução da pobreza que são marca registrada do PT. A boa notícia para a presidente é que ela mantém a liderança na disputa presidencial e seus principais rivais pararam de subir na preferência de votos, embora uma das razões poderia ser o fato de que eles ainda não são amplamente conhecidos pelos eleitores. “A eleição realmente vai começar a pegar fogo a partir do mês que vem. Mas isso mostra um quadro inicial de uma disputa que provavelmente deve ter segundo turno" disse Renato da Fonseca, diretor de pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que encomendou o levantamento. "Se essa eleição fosse hoje ela certamente seria reeleita.” Dilma aparece com 39 por cento das intenções de voto, seguida por Aécio Neves (PSDB), com 21 por cento, mostrou a pesquisa. Em terceiro lugar aparece Eduardo Campos (PSB), com 10 por cento. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais. O levantamento anterior do Ibope, encomendado pela União dos Vereadores do Estado de São Paulo e divulgado dia 10 de junho, mostrava Dilma com 38 por cento das intenções de voto, seguida por Aécio, com 22 por cento, e Campos, com 13 por cento. A pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta manhã mostrou também que a avaliação ótima/boa do governo caiu para 31 por cento --mesmo nível registrado durante os protestos no ano passado-- ante 36 por cento em março. Enquanto isso, a avaliação ruim/péssima subiu para 33 por cento, ante 27 por cento. A sondagem apontou ainda que metade dos entrevistados desaprova a maneira de governar de Dilma, contra 43 por cento em março. Já a aprovação pessoal da presidente recuou para 44 por cento, contra 51 por cento na sondagem anterior. É a primeira vez desde julho de 2013, após a onda de manifestações de meados do ano passado, que o percentual dos que desaprovam a presidente supera o dos que a aprovam. A popularidade de Dilma tem caído neste ano devido a preocupações com a inflação alta e a fraca economia, num momento em que a principal empresa do país, a estatal Petrobras, é objeto de uma série de investigações de má administração. Se a eleição for para o segundo turno, Dilma venceria com 43 por cento dos votos, contra 30 por cento de Aécio Neves. Em uma disputa contra Eduardo Campos no segundo turno, Dilma venceria também com 43 por cento dos votos, contra 27 por cento do candidato do PSB. Dilma, no entanto, terá que enfrentar uma batalha difícil para convencer os brasileiros a lhe darem um segundo mandato. A população desaprova particularmente a gestão dos serviços de saúde e educação, o aumento da criminalidade e a alta carga de impostos, disse o Ibope. Para complicar ainda mais, agora há mais brasileiros que desaprovam sua política de redução da pobreza (53 por cento contra e 41 por cento a favor), a área de maiores realizações da administração petista que começou há mais de uma década, com o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Isso pode ser um complicador nos planos da presidente que conta com o apoio da população que mais se beneficiou de seus programas sociais, um grupo estimado em 30 por cento do eleitorado. A pesquisa de março do Ibope encomendada pela CNI não apurou as intenções de voto. O Ibope ouviu 2.002 pessoas, entre os dias 13 e 15 de junho, em 142 municípios do país.

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