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Em Ivaiporã, médicos pedem descredenciamento de planos

Após saída oficial, eles realizarão apenas consultas particulares; pacientes terão de pedir reembolso a operadora

Por Evandro Fadel
Atualização:

Os 40 médicos de Ivaiporã, a 380 km de Curitiba, decidiram pedir individualmente o descredenciamento de todos os 20 planos de saúde que operam na cidade. A saída dos médicos deve ocorrer 60 dias após o pedido oficial. A partir de então, apenas consultas particulares serão realizadas. "É um movimento em cadeia", alertou ontem o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), José Fernando Macedo. Segundo ele, as operadoras foram beneficiadas nos últimos dez anos com aumentos sucessivos que ultrapassam 100%. Enquanto isso, a tabela de pagamento para os médicos segue, em 90% dos casos, os valores estabelecidos em 1992.Segundo Macedo, os médicos recebem, em média, R$ 42 por consulta. Mas, descontados impostos e custos, sobram apenas R$ 5,53. Os profissionais pedem que os valores sejam reajustados para, no mínimo, R$ 90. O representante da AMP em Ivaiporã, Adail Rother Júnior, disse que apenas a Unimed continuará a ser aceita. Mas não descartou que também haja paralisação do atendimento. Por se tratar de cooperativa, a decisão tem de ser tomada em uma assembleia. "Chega de pagar o ônus da socialização da saúde. Não somos os culpados, só queremos uma negociação saudável."O presidente da AMP também saiu em defesa dos médicos. "As culpadas são as operadoras, que não repõem os valores. A população precisa estar do lado do médico para ter uma medicina de qualidade." Ele afirmou que não faltará atendimento: os pacientes deverão pagar pela consulta e, com o recibo, buscar reembolso com a operadora.

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