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Enviados da Coreia do Norte encontrarão presidente do Sul

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Por KIM YEON-HEE

Enviados da Coreia do Norte que estão em Seul esta semana para velar o ex-presidente Kim Dae-Jung vão encontrar-se com o atual presidente da Coréia do Sul. Será a primeira vez que o novo presidente vai se encontrar com representantes da Coreia do Norte desde que ele assumiu o poder 18 meses atrás. É o mais recente sinal de que o norte está saindo de sua concha depois de testes nucleares e militares no começo do ano que levaram a ONU a endurecer as sanções contra o país. O Ministério da Unificação disse que a delegação ia se encontrar com o presidente Lee Myung-bak, inicialmente por um período de apenas 15 minutos. Isso sugere que o estado comunista pode estar disposto a melhorar as relações com o sul, que pioraram significativamente depois que o presidente conservador Lee assumiu o poder, dando fim a anos de ajuda financeira e exigindo que Pyongyang parasse com o desenvolvimento de armas nucleares. "Há uma mensagem no simples fato de a reunião estar acontecendo," disse o ministro da Unificação do sul, Hyun In-taek, a repórteres antes de um encontro preliminar neste sábado, que durou duas horas. Um alto assessor do líder da Coreia do Norte Kim Jong-il participou da reunião. A mídia local disse que a delegação trazia uma mensagem de Kim Jong-Il. A comunidade internacional está à procura de sinais de que Pyongyang está pronta a voltar à mesa de negociação para dar fim a seus planos de construir um arsenal atômico. O país repetidamente ignorou os pedidos para que fizesse isso. Não está claro se a delegação norte-coreana também participaria do funeral do ex-presidente Kim no domingo. Kim foi uma importante figura na implementação da democracia do sul. Ele também foi quem iniciou a "política do sol-nascente" para tentar melhorar as relações com o norte. Seus esforços resultaram na primeira reunião entre os líderes das duas Coreias e permitiram que Kim ganhasse o prêmio Nobel da Paz em 2000. Apesar de o norte já haver feito vários gestos de conciliação nas últimas semanas, analistas avisam que o país tem um longo histórico de bater e depois assoprar em suas relações com o resto do mundo. Poucos acreditam que a Coreia do Norte esteja pronta a desistir da construção de seu arsenal nuclear -- a única coisa que lhe dá poder de barganha internacionalmente. Os últimos gestos do norte também coincidem com relatos de que a economia da Coreia do Norte, que está sempre à beira da miséria, pode estar entrando num período de dificuldades ainda maiores por causa de uma combinação de sanções internacionais e de uma colheita menor que o esperado.

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