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Estelionatária de luxo de 19 anos é presa no Itaim-Bibi

Kelly é acusada de usar soníferos para aplicar golpes em bairros nobres

Por Felipe Grandin
Atualização:

Kelly Samara Camargo dos Santos, 19 anos, saiu da pequena cidade de Amambaí, em Mato Grosso do Sul, para viver uma vida de luxo em São Paulo. Nos últimos meses, freqüentou boates famosas e restaurantes caros da capital. Vestiu-se com roupas de grife, compradas em lojas da Rua Oscar Freire, nos Jardins. Hospedou-se em bons hotéis e andou em carros importados com motorista. Agora, ela está presa. Segundo a polícia, todas essas mordomias eram pagas com dinheiro, cheques e cartões de crédito roubados. ''''Queria chamar atenção da minha família'''', disse enquanto era levada à Penitenciária Feminina de Santana. ''''Vim para São Paulo e acabei com a minha vida.'''' Kelly é acusada de aplicar golpes em pelo menos 10 pessoas e em empresas, causando um prejuízo de R$ 30 mil. Ela atuava em bairros nobres, como Brooklin, Vila Olímpia, Itaim-Bibi e Jardins. Até agora há pelo menos três denúncias de furto de dinheiro, cheques e cartões contra a jovem. Na maioria, as vítimas são homens que a conheceram em baladas. Kelly tem 1,76 m de altura, 56 kg e usa manequim 38. Segundo a polícia, muitos dos homens que a conheceram na noite a levaram para casa e caíram no golpe Boa Noite, Cinderela - método que consiste em pôr tranquilizante em bebidas para a vítima dormir enquanto é furtada. Quando foi presa, ela tinha comprimidos de Rivotril na bolsa. Também de acordo com a polícia, a acusada fingia conhecer pessoas famosas e usava sobrenomes de celebridades. Entre eles, o Tranchesi, dos proprietários da loja Daslu, e Garcete, que pertence a uma família rica de Mato Grosso do Sul. Mesmo após ser detida, já na delegacia, a acusada insistia em apresentar seus contatos. Conforme a delegada Aline Martins Gonçalves, do 15º DP, Kelly afirmou conhecer bandidos importantes do PCC. ''''Ela conta várias histórias para ver qual dá certo.'''' Em lojas, Kelly usava uma técnica para que não exigissem seus documentos. ''''Ela maltratava os funcionários e falava alto. Eles acabavam aceitando os cheques para evitar escândalo'''', disse a delegada Aline. Em 1º de agosto, Kelly foi detida. A polícia chegou até ela depois de uma denúncia de uma locadora de carros, onde a jovem acumulara dívida de R$ 6,5 mil. Ela foi pega enquanto passeava num carro importado alugado, mas foi solta uma semana depois, após obter liberdade provisória na Justiça. Em liberdade, Kelly furtou cheques de uma senhora de 83 anos e roubou R$ 5,5 mil e os cartões de crédito de um homem que a levou para casa. Em seguida, voltou à delegacia para prestar uma queixa contra sua advogada, que ela acusopu de ter roubado suas roupas. Para prender a acusada novamente, os policiais se valeram disso. Ligaram para Kelly e disseram que queriam devolver seus pertences apreendidos com a advogada. Quando ela chegou ao 15º DP, recebeu voz de prisão. Após revistá-la, acharam os canhotos dos cheques da senhora de 83 anos.

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