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Gripe suína: México prioriza controle em aeroportos

Aeroportos instalam câmeras que funcionam como 'termômetro' e verificam se passageiros têm febre.

Por Carolina Hanashiro
Atualização:

Os oito principais aeroportos do México estão instalando câmeras capazes de medir a temperatura do corpo humano para ajudar na detecção de pessoas que possam estar infectadas pelo vírus da gripe suína. A febre alta é um dos principais sintomas da doença, que incluem ainda tosse, dores na garganta, músculos e articulações, congestão nasal, náuseas, vômitos e diarreia. "Se encontramos sinais de temperatura alta em algum passageiro, este será levado a uma atenção médica mais detalhada para receber orientação e, se for o caso, ser levado a um centro de saúde para receber atendimento imediato", disse ontem o Ministro das Comunicações e Transportes, Juan Molinar. Além das câmeras, o governo instalou postos de ajuda e pregou cartazes nos aeroportos, para informar os usuários sobre a doença. Os viajantes também estão recebendo questionários para identificar possíveis sintomas. Até o momento, cinco passageiros do Aeroporto Internacional da Cidade do México apresentaram sintomas e foram encaminhados a um médico. "Em uma primeira etapa, estamos concentrando as ações nos oito principias aeroportos do país porque representam cerca de 90 por cento do tráfego de passageiros da aviação mexicana doméstica e internacional", disse Molinar. "Aumentaremos paulatinamente o aparato para orientação e cuidados sanitários nos demais aeroportos do país." Terminais de ônibus O ministro explicou que os locais escolhidos para receberem o equipamento de leitura de temperatura e as ações especiais são aqueles com maior volume de passageiros. E disse ainda que o governo continuará cuidando, em primeiro lugar, da saúde dos mexicanos e, em seguida, da comunidade internacional. No entanto, o mesmo aparato não é visto nos terminais de ônibus. Tapo, o maior deles, atende até 180 mil passageiros por dia e só perde em volume para o Aeroporto Internacional da Cidade do México, que registra 250 mil pessoas em suas instalações. "Não há câmeras. Temos orientado nossos funcionários para usar máscaras e gel desinfetante", disse Eduardo Serrano, funcionário do grupo ADO, responsável pela operação do terminal Tapo. "Antes de cada viagem, também estamos realizando a aplicação de um produto que mata vírus, bactérias e fungos." Serrano disse que houve uma queda no fluxo de passageiros, mas que ainda não é possível dizer de quanto. "Em uma pesquisa informal, vimos que boa parte das pessoas que estão saindo da cidade são mulheres viajando com crianças." O ministro também confirmou uma queda no número de passageiros nos aeroportos (não soube informar de quanto) e disse que houve um cancelamento de cerca de 30 voos, o que não chega a preocupar. "Temos 1500 voos comerciais diários." Segundo Molinar, o governo está trabalhando para garantir a "continuidade da operação das redes de telecomunicações e transporte do país, com os mais altos padrões de segurança sanitária". "Não há nenhuma restrição aos transportes e às telecomunicações, a rede tem que estar aberta", disse o Ministro. "Mas o lugar mais seguro é a própria casa." O ministro da Saúde do México, José Córdova, divulgou novos números da gripe suína no país na noite de quinta-feira. No total, há 300 casos confirmados da doença no país, além de 12 mortes relacionadas ao vírus. Suspeita-se que quase 3 mil pessoas tenham contraído a doença no México, sendo que, a maioria delas, já teria sido curada. Dezenas de mortes podem ter sido causadas pela gripe, mas o governo avança lentamente para consolidar o número de vítimas fatais do surto. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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