Ibovespa fecha em queda, pressionado por Petrobras e EUA

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Por DANIELLE ASSALVE
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O principal índice brasileiro de ações encerrou os negócios desta terça-feira em queda, após ter superado os 60 mil pontos pela manhã, cedendo à pressão das ações da Petrobras e acompanhando o movimento das bolsas norte-americanas. O Ibovespa teve queda de 0,62 por cento, a 58.917 pontos. O índice operou até o início da tarde em alta e chegou a subir 1,56 por cento na máxima, a 60.208 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 7,25 bilhões de reais. "O dia começou com otimismo nos mercados, na ausência de notícias e indicadores relevantes... Mas os compradores perceberam que esse otimismo pode ser excessivo e, com isso, vimos um pouco de realização técnica no intraday", disse o analista-chefe da Magliano Corretora, Henrique Kleine. "O fato é que ainda existem muitas incertezas, é muito cedo para se tomar a bolsa como um investimento de longo prazo, por isso vemos a bolsa operando muito em torno de giro", adicionou. A piora dos mercados norte-americanos também pesou, segundo operadores. O índice S&P 500 teve baixa de 0,35 por cento, cedendo à realização de lucros após ter atingido o maior patamar em quatro anos na sessão. Mais cedo, o principal índice europeu de ações fechou em alta de 0,42 por cento, com investidores ainda na expectativa da atuação de bancos centrais para estimular a economia global. Por aqui, as ações preferenciais da Petrobras pesaram, com queda de 1,58 por cento, a 21,24 reais. Os papéis operavam em alta pela manhã, mas passaram a cair após a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, ter dito que não existe negociação com o governo para um novo reajuste dos preços dos combustíveis. Ainda entre as blue chips, a preferencial da Vale também inverteu o sinal e fechou em queda de 0,84 por cento, a 35,27 reais. Já OGX conseguiu se sustentar no campo positivo, com alta de 0,93 por cento, a 6,50 reais. A lista de principais baixas do Ibovespa foi liderada pela empresa de transporte de carga e logística ALL, com queda de 5,99 por cento, a 9,58 reais, e pela petroquímica Braskem, que caiu 4,08 por cento, a 14,82 reais. Na outra ponta, o destaque foram as empresas do setor de construção, com Brookfield disparando 7,38 por cento, a 3,93 reais, e Gafisa, que avançou 5,38 por cento, a 4,11 reais. Segundo Kleine, embora os fundamentos do setor não justifiquem a recuperação recente das construtoras na bolsa, o fato de as ações estarem "baratas" ajuda a atrair investidores. "As ações sofreram muito e estão com preço razoável. Mas ainda assim é um risco muito grande, porque são papéis voláteis e da mesma forma que sobem forte, também caem com força", disse. (Por Danielle Assalve; Edição de Aluísio Alves)

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