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Mantega: recuperação da economia está cada vez mais nítida

Por ANNA FLÁVIA ROCHAS
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Diante dos recentes e melhores dados econômicos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira que a recuperação da economia brasileira se torna cada vez mais nítida, mas que o governo continuará fazendo desonerações e medidas para estimular a atividade. O ministro também voltou a pressionar os bancos privados para acelerarem as reduções de juros e spreads --diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada ao cliente final--, a fim de impulsionar a economia. "Passamos o cabo da Boa Esperança e, no segundo semestre, estaremos com a economia crescendo mais do que no primeiro semestre", afirmou o ministro, após participar de evento com superintendentes do Banco do Brasil em São Paulo. Mantega comemorou a melhora nas vendas no varejo em junho, cujo crescimento veio acima do esperado pelo mercado, além da divulgação do indicador de atividade do Banco Central do mesmo mês, com expansão de 0,75 por cento, a maior em mais de um ano. "Agora começamos a colher resultados de várias ações empreeendidas pelo governo desde a metade do ano passado... (Há) vários dados dizendo: olha, realmente a economia voltou a aquecer, mas acho que temos que continuar tomando medidas", acrescentou Mantega, também referindo-se a mais desonerações. Apesar disso, o ministro afirmou que o governo não pensa "ainda" em prorrogar a redução nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automotivo, benefício que termina no próximo dia 31. BANCOS PRIVADOS O ministro também voltou a dar um recado duro aos bancos privados, cobrando juros menores e mais crédito para que a atividade cresça com mais força. "Se os bancos privados já tivessem reduzido juros e spreads, a economia estaria crescendo mais", afirmou Mantega, repetindo que a atividade estará com taxa de crescimento de 4 por cento no quarto trimestre. Com isso, Mantega afirmou que é preciso uma maior expansão do crédito no segundo semestre, e argumentou que a inadimplência já está em queda. Dados mais recentes do BC mostraram que os atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, considerando o crédito com recursos livres, estavam em 5,8 por cento em junho, primeiro recuo desde março. O governo recentemente incitou os bancos públicos a acelerarem a concessão de crédito e a reduções dos juros e spreads, repetindo a estratégia adotada na crise internacional de 2008/09, para ajudar na recuperação da economia. Mantega afirmou que não há necessidade de o governo fazer mais aportes na Caixa Econômica Federal e no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas ressaltou que, se houver necessidade, isso será feito.

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