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Médico confirma, mas Igreja nega fim da greve de bispo

Por ÂNGELA LACERDA
Atualização:

O médico Klaus Finkan afirmou que, ao deixar a igreja para receber cuidados no hospital de Petrolina, o bispo Luiz Flavio Cappio estava encerrando a greve de fome iniciada dia 27 de novembro. O bispo deixou o município baiano de Sobradinho numa ambulância, junto com o médico e seus familiares - os irmãos Rosa Maria, Rita e João. No entanto, entidades negam que o religioso tenha encerrado o protesto. O médico disse que recebeu de d. Cappio o consentimento para a internação em Petrolina, Pernambuco. "Ele está semiconsciente, com o estado geral comprometido, e será internado por determinação minha para evitar possíveis danos permanentes", afirmou o médico. Se o bispo decidir retomar o protesto, depois de recuperar a consciência, será uma terceira greve de fome. A primeira, que durou 11 dias, ocorreu em novembro de 2005. Duas horas antes da decisão do médico suspendendo a greve de fome de d. Luiz Cappio, o bispo de Juazeiro, d. José Geraldo, havia dito que não deixaria o frei morrer. Ele observou que Sobradinho, na Bahia, faz parte da jurisdição eclesiástica de sua diocese e, caso o religiosos ficasse inconsciente, ele poderia assumir a iniciativa de interná-lo. No entanto, a Comissão Pastoral da Terra da Bahia (CPT), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) negam a suspensão da greve de fome e informaram que d. Cappio irá decidir quando estiver consciente. "O bispo de Barra, d. Luiz Cappio, foi internado semiconsciente no início da noite de hoje por orientação médica. Porém, o jejum não foi suspenso. A decisão sobre a paralisação ou não do jejum será tomada após a retomada completa de consciência do bispo. Somente d. Luiz decidirá sobre o jejum", sustentou o Cimi, em nota distribuída hoje.

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