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Menina baleada no Rio permanece em estado grave

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A Polícia Civil do Rio ouve nesta sexta-feira (28) cinco médicos do Hospital Salgado Filho, no Méier, zona norte do Rio, onde a menina Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos, foi atendida após ser atingida por uma bala perdida na madrugada do dia 25 de dezembro. Ela esperou por cerca de sete horas para fazer uma cirurgia, pois o neurocirurgião plantonista Adão Orlando Crespo não compareceu ao hospital. Adrielly permanece em estado grave e foi transferida na tarde desta quinta-feira para o Hospital Souza Aguiar, no centro.A garota está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), onde poderá receber um tratamento especializado, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Seu quadro de saúde se estabilizou na noite de quinta, o que foi interpretado pelos médicos e familiares como uma pequena melhora. Adrielly, entretanto, ainda está em coma induzido. O delegado Luiz Archimedes, responsável pelo caso, informou que o neurocirurgião Adão Crespo foi intimado a comparecer à delegacia para esclarecer a sua ausência no hospital. Ele pode ser indiciado por omissão de socorro. "Estamos aguardando a apresentação de um documento que justifique sua ausência ao plantão do hospital e vamos ouvir seus argumentos para confrontar com as demais versões", afirmou Archimedes. A Polícia Civil também vai ouvir o chefe do plantão do dia 25 de dezembro, Enio Eduardo Lima Lopes, e os médicos que acompanharam a menina durante sua internação no Hospital Salgado Filho. Os pais da criança e o diretor geral do hospital, Norberto Weber Júnior, prestaram depoimento na delegacia do Méier na quarta-feira (26). "Weber explicou que se a remoção da vítima tivesse sido feita pelo serviço de ambulância, a central de regulação a teria levado para outra unidade de saúde", afirmou o delegado Luiz Archimedes. O diretor também afirmou que um Inquérito Administrativo Disciplinar (IAD) foi aberto na Secretaria de Saúde para apurar a demora no atendimento à garota e a ausência do médico. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou que o neurocirurgião deve ser demitido e classificou sua conduta como "irresponsável" e "delinquente". Crespo não foi encontrado para comentar as denúncias. A demora no atendimento também está sendo investigada pelo Ministério Público e pelo Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj).

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