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Polícia do Camboja atira contra operários em greve do setor de vestuário

Por PRAK CHAN THUL
Atualização:

Policiais militares cambojanos abriram fogo com fuzis para dispersar nesta sexta-feira um protesto por maiores salários realizado por operários do setor de vestuário, em um ato de repressão que deixou quatro pessoas mortas, segundo acusam grupos de defesa dos direitos humanos. O caos durante as greves nacionais continua pelo segundo dia, desde que as forças de segurança foram acionadas para conter as manifestações organizadas por milhares de operários, que se recusam a se retirar e reagem jogando garrafas, pedras e bombas de gasolina, na zona industrial de Phnom Penh. O confronto representa uma escalada da crise política no Camboja, onde operários em greve e manifestantes contrários ao governo se uniram em um movimento liderado pelo oposicionista Partido do Resgate Nacional do Camboja (PRNC). Sindicatos que representam os operários insatisfeitos se juntaram a ativistas da oposição em protestos contra o governo do primeiro-ministro Hun Sen, pedindo a repetição das eleições de julho, que a oposição alega ter sido fraudada. Os militares que confrontam os manifestantes disparam balas reais, disseram jornalistas da Reuters, e cartuchos da munição depois foram encontrados espalhados pelo chão do local. Os confrontos ocorreram no Parque Industrial Canadia, em Phnom Penh, onde ficam as sedes de fábricas que confeccionam roupas para marcas ocidentais, incluindo a Adidas, Puma e H&M Hennes & Mauritz. O grupo de direitos humanos LICADHO descreveu o incidente como "terrível" e criticou fortemente os militares, acrescentando ter encontrado, em buscas por hospitais, quatro pessoas mortas e 21 feridas.

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