População do país atingirá 'crescimento zero' em 2039, diz IBGE

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Por Redação
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A população brasileira vai parar de crescer a partir de 2039, segundo projeções do IBGE divulgadas nessa quinta-feira, uma tendência que colocará o país na oitava posição das nações mais populosas do mundo, deixando o quinto lugar que ocupa atualmente. A queda na fecundidade e o aumento da esperança de vida aparecem como dois dos principais fatores para o fenômeno conhecido como "crescimento zero". A estimativa do IBGE aponta que a população brasileira alcançará o pico de 219,124 milhões de habitantes em 2039, e a partir dessa data, haverá uma redução populacional gradativa. A previsão é que em 2050 o Brasil tenha 215,287 milhões de pessoas. "O Brasil perderá o posto de quinto país mais populoso do mundo e cairá para a oitava posição em 2050, ultrapassado por Paquistão, Bangladesh e Nigéria", disse no estudo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população atual do país é de 187,641 milhões de pessoas, de acordo com dados do IBGE, o que coloca o Brasil atrás de China, Índia, Estados Unidos e Indonésia no ranking dos países mais populosos do mundo. A taxa de fecundidade no país, que foi de 5,3 filhos por mulher na década de 1970 e hoje está em 1,86 filho, começará a estacionar em 1,5 filho por mulher a partir de 2028, segundo o levantamento. A estimativa é que esse padrão se mantenha até 2050. "A fecundidade no Brasil foi diminuindo ao longo dos anos basicamente como consequência das transformações ocorridas na sociedade brasileira", segundo o IBGE. Segundo o instituto, a população brasileira cresceu em 2008 1,05 por cento e, em 2050, poderá diminuir 0,291 por cento. "O crescimento zero será alcançado por volta de 2039, apresentando a partir daí taxas de crescimento negativas, o que acarretará em declínios absolutos do volume da população", aponta o IBGE. ENVELHECIMENTO ACELERADO A redução da mortalidade infantil no Brasil também deve apresentar avanços nos próximos anos. A taxa, que chegou a 69,1 mortos por mil nascimentos, já baixou para 23,30 em 2008. A previsão do IBGE é que a mortalidade infantil cairá para 18,2 óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos até 2015. O aumento da escolaridade feminina, percentual de domicílios com saneamento básico e maior acesso aos serviços de saúde foram os principais fatores apontados pelo IBGE para a queda da mortalidade infantil. Com a melhora nas condições de vida da população, a expectativa de vida no Brasil vai crescer ainda mais nos próximos anos, segundo o levantamento. Atualmente, está em 72,78 anos e passará para 81,29 anos, em 2050, o que deve gerar forte impacto no sistema previdenciário do país. Ao nascer em 2050 a esperança de vida de um homem será de 78,2 anos e a de uma mulher, 84,5 anos. Atualmente, a expectativa está em 69,1 e 76,7, respectivamente. Em 2100, a esperança de vida de um brasileiro será de 84,3 anos. Seguindo a tendência mundial de envelhecimento populacional, a estimativa é que em 2050, 6,3 por cento da população brasileira tenha mais de 80 anos, enquanto que hoje essa taxa é de 1,27 por cento. O total de jovens até 24 anos também encolherá de 44,57 por cento da população em 2008, para 23,60 por cento em 2050, influenciando a taxa de fecundidade. "Em 2008, havia 24,7 idosos de 65 anos ou mais para cada grupo de 100 crianças e entre 2035 e 2040 a proporção de idosos seria 18 por cento maior que a de crianças, podendo chegar em 2050 a 100 para cada 172,7 idosos", afirmou o IBGE. (Por Rodrigo Viga Gaier)

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