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Premiê somali renuncia após fracasso em conter insurgência

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Por IBRAHIM MOHAMED E MOHAMED AHMED

O primeiro-ministro da Somália, Omar Abdirashid Sharmarke, renunciou nesta terça-feira como consequência do fracasso do governo em conter uma insurgência islâmica que já resultou na morte de milhares de civis. Milhares de soldados das forças de paz da União Africana foram enviados ao país para dar apoio ao governo interino, mas mesmo assim os militantes linha-dura agora controlam boa parte da capital, Mogadíscio, e grandes porções de território nas regiões central e sul do país. Políticos leais ao presidente xeque Sharif Ahmed disseram que a saída de Sharmarke encerraria divisões internas que prejudicaram o governo federal de transição e deixaram os negócios da administração quase paralisados. Ahmed disse que recebia bem a decisão de Sharmarke de renunciar e declarou que vai nomear um novo primeiro-ministro assim que possível. Não ficou claro quais seriam os candidatos ao posto. Alguns analistas do contexto nessa região, o chamado Chifre da África, disseram no entanto que os militantes islamitas veriam a mudança de liderança como um golpe de propaganda e que a saída de Sharmarke mudaria muito pouco no governo. "Esta é uma tentativa de Ahmed e aliados de reinventarem o governo de transição, mas isto não pode ser conseguido apenas com a substituição de uma pessoa", disse Rashid Abdi, um analista da Somália no International Crisis Group.

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