PUBLICIDADE

Rússia não vê proibição total de carne bovina brasileira

PUBLICIDADE

Por MELISSA AKIN

A Rússia não deve proibir todas as importações de carne bovina do Brasil devido ao caso "atípico" de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), causadora da "vaca louca", disse o diretor do serviço veterinário e fitossanitário russo nesta segunda-feira. "Estamos analisando os dados agora, mas não temos razão suficiente para impor restrições em todo o país", disse Sergei Dankvert à Reuters, em intervalo de reunião com diplomatas italianos. A China e a África do Sul informaram o Brasil na semana passada que estavam suspendendo as importações de carne do maior exportador mundial, após preocupações por conta de um caso "atípico" da EEB. Dankvert disse que caso as restrições sejam impostas, elas devem ser aplicadas ao Estado de origem da amostra. A EEB "atípica" pode surgir em animais idosos devido a uma mutação genética espontânea que faz com que o gado comece a produzir proteínas distorcidas chamadas de príons. As proteínas podem desencadear a EEB, que eventualmente destróier o sistema nevoso dos animais. Acredita-se que os humanos que ingerirem a carne de um animal infectado podem contrair uma forma fatal da doença. Uma vaca de 13 anos, em um teste realizado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), acusou um resultado positivo para o agente causador da doença. O animal, no entanto, morreu de outras causas em 2010, e nunca desenvolveu a doença. O animal foi enterrado na fazenda onde era mantido para fins de procriação, no Paraná, e nunca entrou na cadeia alimentar. RACTOPAMINA A Rússia está monitorando a carne suína e bovina importada dos Estados Unidos para ractopamina, um aditivo incluído na ração, mas não recusou nenhum carregamento de carne desde que começou o sistema de monitoramento, acrescentou Dankvert. A Rússia intensificou na semana passada os testes sobre as carnes importadas dos EUA e Canadá para identificar os traços do aditivo, e exigiu que as duas nações certifiquem suas carnes como livres da substância. Somente as exportações dos EUA para a Rússia valem cerca de 500 milhões de dólares. A ractopamina está em uma classe de medicamentos conhecidos como inibidores ou bloqueadores, que neutralizam os efeitos da adrenalina no sistema nervoso e diminuem a frequência cardíaca. Na pecuária, ela promove ganho muscular. (Reportagem de Melissa Akin)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.