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Sob escândalo, confiança popular em Olmert desaba, diz pesquisa

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Por Redação

A maioria dos israelenses não acredita nas explicações do primeiro-ministro Ehud Olmert e quer que ele renuncie ou se licencie por causa das suspeitas de corrupção, segundo pesquisa divulgada na segunda-feira pelo Yedioth Ahronoth, principal jornal de Israel. Foi a primeira pesquisa a medir a reação dos israelenses depois da suspensão do sigilo judicial sobre as investigações, na quinta-feira. No mesmo dia, Olmert convocou as TVs para se dizer inocente da acusação de que recebeu dinheiro de um investidor norte-americano para suas campanhas eleitorais. Segundo a pesquisa, 59 por cento acham que ele deveria renunciar ou se afastar durante as investigações. Só 33 por cento acham que ele deveria permanecer. Entre os 500 entrevistados, 60 por cento duvidam da afirmação de Olmert de que não embolsou o dinheiro e acham que ele não tem mais condições de comandar o processo de paz com os palestinos. Só 22 por cento acreditam nele. Para 41 por cento, a chanceler Tzipi Livni, que é vice-primeira-ministra, deveria ser a substituta dele na liderança do partido centrista Kadima. O ministro dos Transportes, Shaul Mofaz, aparece num distante segundo lugar. Olmert disse na quinta-feira que vai renunciar apenas se for indiciado pelo procurador-geral. Ele diz que as verbas doadas pelo investidor Morris Talansky ao longo de mais de uma década ajudaram nas duas campanhas eleitorais dele à prefeitura de Jerusalém, na década de 1990, e também em disputas internas do partido Likud, em 1999 e 2002. A lei israelense proíbe doações políticas que superem algumas centenas de dólares. A pesquisa mostrou que, sob a liderança de Livni, o Kadima superaria o direitista Likud numa eleição antecipada --ficaria com 27 das 120 cadeiras do Parlamento, deixando 23 para o Likud (uma diferença que está dentro da margem de erro). Mas analistas duvidam que o Kadima escape ileso da primeira grande crise desde que foi criado, em 2005, pelo então primeiro-ministro Ariel Sharon, que logo depois sofreu um derrame que o deixou em coma. A pesquisa indica uma crescente popularidade ao líder do Likud, o ex-premiê Benjamin Netanyahu. Em fevereiro, 30 por cento dos entrevistados queriam-no como primeiro-ministro. Agora, são 37 por cento. Em meio à crise, Olmert mantém sua rotina. Comandou a reunião semanal do ministério e prepara-se para receber na quarta-feira a visita do presidente dos EUA, George W. Bush, que vai homenagear Israel por seu 60o aniversário e promover o processo de paz com os palestinos, que se arrasta a duras penas desde novembro.

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