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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
6 min de leitura

Oito de Janeiro

Dia de infâmia

O dia 8 de janeiro de 2023 foi uma infâmia para o Brasil. Vergonha nacional que não será esquecida tão logo. Um bando de cidadãos insatisfeitos com o resultado das urnas se outorgou o direito primitivo e incivilizado de impor a vontade própria, destruir as instituições republicanas e implantar um regime autoritário. Muito embora tenham danificado patrimônios públicos valiosos, depararam com um paredão democrático sólido. O fato de a democracia ter resistido a essa tentativa de golpe de Estado é sinal claro de que a nossa democracia funciona. Mas é preciso cuidado. Há muitos brasileiros que desprezam a democracia – ou fazem uso dela apenas enquanto lhes serve –, desprezam eleições livres, desprezam o Congresso e o Judiciário e gostariam de ver um déspota no poder. Na época da ditadura a palavra “subversivo” era usada para se referir aos comunistas. Hoje, os subversivos são os antidemocratas, e são eles que precisam ser constantemente vigiados para que a história não se repita.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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Segurança

Governança pública

A posição do governador Tarcísio de Freitas sobre a instalação de câmeras nos uniformes dos policiais militares somente demonstra que precisamos de gestão, não de ideologias. A atual situação argentina confirma o resultado de décadas de domínios nominados disfarçados de práticas ideológicas. Lá, foi o peronismo; aqui, começamos pelo getulismo e desaguamos em lulopetismo e bolsonarismo. Os resultados são sempre iguais: a degeneração institucional. Enquanto se debatem ideologias fúteis, nossas Câmaras Municipais e estaduais substituem a funcionalidade legislativa pelo compadrio de favores. O Congresso se transformou em balcão de negócios, com a disfuncionalidade agravada pelo assalto que seus integrantes fazem ao Orçamento público buscando a perpetuação no poder e, o mais grave, maculando a renovação democrática. Até a criatividade na governança está afetada, como bem demonstrou Fernando Gabeira, no elucidativo artigo O ano de pensar as cidades (Estado, 5/1, A5). A ideologia está embrutecendo a Nação. Há décadas patinamos sem sair do lugar, no marasmo da inutilidade ideológica. A cada tempo passado, esvai-se o futuro, sobra a desconstrução. Já passou da hora de praticarmos menos ideologia e exigirmos mais governança pública.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

honyldo@gmail.com

Ribeirão Preto

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Abordagem treinada

Relevante, o repasse de recursos federais aos Estados para que as PMs se utilizem das câmeras nas abordagens policiais. Segundo noticia o Estadão, as mortes cometidas por policiais caem e as apreensões das armas de bandidos sobem. Afinal, as autoridades policiais devem executar seus deveres para que as condutas pessoais fiquem restritas aos parâmetros permitidos por lei e, nas transgressões, agir rigorosamente em conformidade com o ordenamento jurídico, o que não é nada impossível para pessoal bem treinado e agentes conscientes de suas intervenções destinadas a uma sociedade organizada e pacífica.

Amadeu Roberto Garrido de Paula

amadeugarridoadv@uol.com.br

São Paulo

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Falta de transparência

Na mosca, o editorial do Estadão Uma confusão deplorável (4/1, A3). A quem beneficia a falta de transparência na polícia paulista? O que se pode esperar de um governador que se posiciona contra todas as evidências sobre uso de câmeras no uniforme de policiais e que confunde segurança pública, da qual somos tão carentes, e transparência na ação policial para coibir violências indevidas em tantos casos?

Eurico Cabral de Oliveira

oliveiraeurico499@gmail.com

São Paulo

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Aniversário

Desde 1875

Celebramos mais um ano de existência de um dos veículos de comunicação mais antigos e significativos do Brasil, o jornal O Estado de S. Paulo. A rede Giraffas destaca e valoriza profundamente a relevância do jornalismo de qualidade, aquele que entrega a informação com veracidade e autenticidade. Feliz 149 anos do Estadão!

Carlos Guerra,

CEO e fundador da rede Giraffas

pamella.ferreira@braincomunicacao.com

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

MORTE DE LÍDER DO HAMAS

A Organização das Nações Unidas (ONU) está muito preocupada com o desdobramento da violência na região do Oriente Médio com a morte de Saleh al-Arouri, um dos fundadores do braço armado do Hamas. Não lembro da mesma ONU afirmar qualquer preocupação com a invasão das tropas do Hamas em Israel, matando mais de 1.200 pessoas, a grande maioria civis. Além de sequestrar mais de 200 com ritos de crueldade. E o nome da entidade é Organização das Nações Unidas. Lamentável!

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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DONALD TRUMP

Donald Trump e assessores deveriam vir ao Brasil para fazer um estágio intensivo no Supremo, Executivo e Legislativo. “Conheça o argumento mais ambicioso de Trump na sua tentativa de obter ‘imunidade absoluta” (2/1). Certamente aprenderiam como burlar uma tal lei da ficha limpa e anistiar um condenado, em três instâncias, a doze anos de prisão por crimes inquestionáveis contra a Pátria. Com o know how aqui auferido e pequenas adaptações, certamente ficaria mais fácil para Trump conseguir a almejada “imunidade absoluta”. Essa é uma especulação meramente desconexa e imaginativa. Teria algum fundamento se os Estados Unidos fossem um país frouxo e corrupto como o Brasil.

Maurílio Polizello Junior

polinet@fcfrp.usp.br

São Paulo

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COTAS UNIVERSITÁRIAS

George Matsas foi preciso no artigo Racismo Universitário (3/1, A5). Cotas para minorias em concursos para docentes na Universidade de São Paulo (USP) é um grande absurdo. É o mesmo que introduzir cotas para a seleção de pilotos na aviação comercial.

Luiz Eduardo Magalhães

lemaga@gmail.com

São Paulo

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FERNANDO HADDAD

Este barraco entre Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann é uma briga para ser o sucessor de Lula da Silva. É um “sucecidio”. Se sem controlar os gastos do governo o ministro Haddad já é atacado assim por seus pares de partido, imagina se controlasse. Seria expulso do partido.

Vital Romaneli Penha

vitalromaneli@gmail.com

São Paulo

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8 DE JANEIRO

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai fazer uma exposição para lembrar os ataques aos Três Poderes. “STF realiza exposição para lembrar ataques de 8 de janeiro (2/1). Seria o que? Uma exposição de arte com “fragmentos decorrentes da violência e de demais vestígios físicos do ataque”, como está no comunicado? Mas quem quer ver isso? Será que vão expor as fotos do major do Gabinete de Segurança Institucional (CSI), José Eduardo Natale, distribuindo água aos invasores? E que tal os vídeos do general Gonçalves Dias passeando pelo Palácio e conversando com os baderneiros? Desculpe, mas não consigo ver nada mais inapropriado e sem sentido do que esse “evento”. O dia 8 de janeiro de 2022 não é para ser lembrado nem comemorado, muito menos transformado em uma exposição. É página virada. Sabe aquele filme “Deu a louca no mundo”? Pois é, deu a louca no STF.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Bahia

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CRISE NO CONTINENTE AFRICANO

A atual crise geopolítica da África, com sucessivos golpes de Estado, demonstra uma clara interferência, principalmente por parte da Rússia, nas ex-colônias que foram controladas por potências europeias até meados do século XX. Em 2021, houve a queda dos governos do Chade, do Mali, da Guiné e do Sudão. Em 2022, caiu o governo de Burkina Fasso e, em 2023, ocorreram golpes militares contra os governos do Níger e do Gabão. Agora, em 2024, o novo ano já começa com mais um fator de instabilidade geopolítica no continente africano, pois a Etiópia reconheceu uma região separatista da Somália em troca de acesso ao Mar Vermelho.

Luiz Roberto da Costa Jr.

da_costa_junior@hotmail.com

São Paulo

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BENJAMIN NETANYAHU

O povo de Israel, mesmo com essa guerra contra o grupo terrorista Hamas e com 130 reféns ainda no poder destes terroristas, comemora a decisão da Suprema Corte do país, que anula a sonhada reforma do judiciário por Benjamin Netanyahu, aprovada em julho pelo Parlamento. Projeto esse antidemocrático, em que limita poderes da própria Corte. Essa limitação era objeto de interesse do primeiro-ministro como uma forma de se livrar de uma possível prisão por corrupção, no qual o povo israelense, revoltado, promoveu por um ano protestos pelas ruas do país. E Netanyahu, muito envolvido, ou distraído com o Parlamento para que fosse aprovada a limitação dos poderes da Suprema Corte, deixou de lado sua preocupação de investigar ações do Hamas que, infelizmente, em 7 de outubro de 2023, impôs uma humilhação ao povo de Israel, invadindo o país por mar, ar e terra, deixando um rastro de 1.400 mortes de israelenses. Além de terem decapitado crianças e idosos, e quase 250 pessoas levadas como reféns para a Faixa de Gaza. Felizmente, a Suprema Corte, com sua decisão, agiu como fiel guardiã da democracia.

Paulo Panossian

paulopanossian@hotmail.com

São Paulo

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TRAGÉDIAS NO JAPÃO

Impressionante como o Japão neste início de 2024 foi atingido com duas tragédias quase simultâneas: o terrível terremoto com um abalo de 7,6 na escala Richter e logo depois a colisão de dois aviões no solo de um aeroporto. Felizmente, os bombeiros locais conseguiram com uma eficiência impressionante retirar em três minutos cerca de 300 passageiros da aeronave maior, evitando assim uma tragédia com maior número de vítimas fatais.

José de Anchieta Nobre de Almeida

josenobredalmeida@gmail.com

Rio de Janeiro

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VETO DE LULA

Os recentes vetos do presidente Lula da Silva à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) refletem a sua busca por responsabilidade fiscal e equilíbrio financeiro. Embora embasados em justificativas sólidas, essas decisões podem gerar tensões significativas com o Congresso Nacional. A necessidade de cortes e ajustes para atender metas orçamentárias pode ser compreendida, mas a discordância parlamentar se intensifica diante das complexidades econômicas. O diálogo entre o Executivo e o Legislativo se torna crucial para mitigar conflitos, assegurando o bem-estar da sociedade. O País enfrenta desafios inegáveis, e a colaboração entre os poderes é fundamental para superar obstáculos e promover o desenvolvimento sustentável.

Luciano de Oliveira e Silva

Luciano.os@adv.oabsp.org.br

São Paulo

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AQUISIÇÃO DE ARMAS DE FOGO

Pelas novas regras para aquisição de arma de fogo o cidadão deverá comprovar a necessidade de se ter uma arma. Mas, como assim? No Brasil, isso não é auto-explicativo, pois, ao contrário, e por acaso, o Estado teria como comprovar que qualquer pessoa, no Brasil, não teria tal necessidade?

Marcelo Gomes Jorge Feres

marcelo.gomes.jorge.feres@gmail.com

Rio de Janeiro