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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
10 min de leitura

América Latina

Maduro avança

Nicolás Maduro propôs uma lei para a criação do Estado de Guiana Essequiba, apresentou o novo mapa com a anexação de parte da Guiana pela Venezuela e ordenou à estatal PDVSA que distribua licenças para exploração de petróleo na região do Essequibo. Depois de um plebiscito com participação de metade da população e indícios de fraude, parece que ele vai querer pegar na caradura. Aguardamos com atenção redobrada como o presidente do Brasil tratará a questão e se posicionará diante de tal absurdo.

Lucia Flaquer

lucia.flaquer@gmail.com

São Paulo

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Blindados

Quando li, no Estadão de 5/12 (A12), a matéria sobre o envio de 20 blindados do Exército brasileiro à fronteira da Venezuela, não acreditei: um mês para deslocá-los do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul? Com toda essa agilidade, é bom o Brasil não se meter em encrenca.

Heleo Pohlmann Braga

heleo.braga@hotmail.com

Ribeirão Preto

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Segurança pública

Serviço público degradado

Litoral lidera ranking de violência entre as maiores cidades de SP (Estadão, 5/12, A14). Junto com esse indicador do Instituto Sou da Paz, deveriam analisar também como esses municípios se degradaram no serviço público, principalmente em educação, saúde e desenvolvimento da pessoa. Se moramos, visitamos ou passamos só alguns dias nessas cidades, claramente sentiremos e veremos essa triste realidade.

Alberto Utida

alberto.utida0926@gmail.com

São Paulo

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Economia

PIB do 3º trimestre

Lendo ontem que Desaceleração do PIB elevará pressão de Lula por gasto maior em 2024, penso: ou o governo precisa estudar mais Economia ou a intenção é de quebrar o País. Aumentar gastos, simplesmente, justificando a absurda elevação dos impostos, pressiona ainda mais a inflação, resultando em juros altos, recessão e desemprego. Se for esse o objetivo, o governo está no caminho certo, mas o interesse é escuso.

Silvia R. P. Almeida

silvia_almeida7@hotmail.com

São Paulo

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Congresso Nacional

Investigação

Sobre a notícia de que Fux autoriza inquérito para investigar Janones por suspeita de rachadinha (Estadão, 5/12, A9), é motivo de constrangimento para a sociedade que labuta, paga impostos e procura educar os filhos para elevar o padrão ético da vida social ouvir que o referido deputado possa estar envolvido com este esquema de exigir devolução de parte do salário de funcionários para cobrir suas despesas de campanha, ou para benefício pessoal, como comumente se vê no noticiário. É deplorável. Seria oportuno nós, cidadãos, sermos informados sobre quantos são os funcionários que orbitam em torno de cada gabinete de nossos legisladores, em qualquer esfera, e o custo disso para a sociedade. É preciso cortar o mal pela raiz, dando um basta nesta profusão de funcionários, quando se sabe que em nações desenvolvidas há um limite para a contratação. O Brasil está cansado deste desrespeito com o dinheiro público, deste escárnio com a República. Se há uma reforma administrativa que se impõe, é limitar esse abuso nos gabinetes de suas excelências. É necessário que estes políticos se envergonhem ao saber que, enquanto se refestelam com o dinheiro público, ainda 7 em cada 10 estudantes brasileiros não sabem o mínimo de Matemática (Pisa 2022). Basta!

Paulo Chiecco Toledo

pct@aasp.org.br

São Paulo

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Pisa 2022

O Brasil e a Matemática

A falta de conhecimento mínimo em Matemática de 7 alunos em cada 10 no Brasil, demonstrada no Pisa 2022, é um preocupante desafio educacional. Essa lacuna não só compromete o desenvolvimento acadêmico individual, como também prejudica a competitividade nacional. A matemática é uma habilidade fundamental, essencial para diversas áreas da vida e carreira. A baixa proficiência sugere falhas no sistema educacional, tanto privado quanto público, destacando a necessidade de reformas curriculares, métodos de ensino inovadores e investimentos em capacitação de professores. Abordar essa deficiência é essencial para preparar uma força de trabalho qualificada e promover uma sociedade mais capacitada para lidar com os desafios modernos.

Luciano de Oliveira e Silva

Luciano.os@adv.oabsp.org.br

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

EMENDAS PARLAMENTARES

O editorial A deturpação das emendas parlamentares (Estado, 5/12, A3) discorre sobre novas distorções dos dispositivos. Todavia, cabe sempre chamar a atenção para o fato de que, ao transformar o Poder Legislativo em ordenador de despesas, as emendas parlamentares deixam o contribuinte sem defesa contra a eterna fome de recursos do governo, constituindo-se, pois, no pecado original que concorre contra o bom funcionamento da democracia.

José Elias Laier

joseeliaslaier@gmail.com

São Carlos

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VOTOS FATURADOS

Concordo plenamente com o editorial do Estadão que diz que está na hora de mudar o esquema das emendas parlamentares. O sistema atual interessa ao deputado/senador que fatalmente fatura além de votos algum dinheiro em cima das emendas. É simples acabar com isso. Quando um deputado/senador fizer uma emenda de valor X para a construção de um posto de saúde no município Y, ao invés de o governo federal mandar dinheiro para o município ou outra entidade qualquer, que o governo vá até lá e construa o tal posto de saúde. Tenho certeza de que sobrará dinheiro. Quando concluído o posto, o deputado que patrocinou a emenda deverá ser convidado para discursar na inauguração, e faturar somente os votos. É essencial que todas as obras sejam informadas à mídia, com os valores das emendas e os valores reais gastos.

Renato Maia

casaviaterra@hotmail.com

Prados (MG)

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ÁUDIO DE JANONES

O deputado federal André Janones (Avante-MG), aliado do governo, contesta o áudio gravado nas dependências da Câmara, na sala de reuniões de seu partido, no qual pedia para que funcionários arcassem com suas despesas pessoais. A desprezível “rachadinha”. O deputado, em sua defesa, alega que são denúncias vazias e o áudio, fora de contexto. O ministro Luiz Fux, do STF, atendendo à Procuradoria-Geral da República (PGR), abriu inquérito para apurar a suposta prática, que também será analisada pelo Conselho de Ética da Câmara. No Supremo, poderá caminhar para a condenação, pois os áudios revelados, até o momento, denunciam a falta de decoro parlamentar; porém, no órgão disciplinar da Câmara dificilmente irá “avante”. Dos casos “apreciados” pelos pares, 76% dos denunciados ficaram livres da cassação.

Sergio Dafré

sergio_dafre@hotmail.com

Jundiaí

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ENTRADA NA OPEP+

Por demais preciosistas as críticas de ambientalistas à participação do Brasil no grupo Opep+. Com direito até ao prêmio pejorativo “Fóssil do Dia”. A alegação é de que a campanha do presidente Lula para redução do uso de combustíveis fósseis representa flagrante contradição com a entrada do País nesse grupo. Calma, devagar com o andor. A transição energética para matrizes limpas não acontecerá num piscar de olhos; é projeto de longuíssimo prazo. Enquanto isso, o petróleo e seus derivados continuam sendo a matéria da qual o mundo depende e seguirá dependendo por muito tempo ainda. Os protestadores e críticos precisam ter bom senso para não se tornarem, eles próprios, motivo de chacota.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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VOLTA AO MUNDO

Afinal, elegemos um presidente ou um “caixeiro-viajante”? Há quase um ano empossado, o nosso presidente foge de Brasília e vem fazendo sua volta ao redor do mundo. Enquanto isso, a nossa pátria amada arde em chamas ao Norte e as chuvas inundam os Estados do Sul. Socorro!

Nivaldo Ribeiro Santos

nivasan1928@gmail.com

São Paulo

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EMBRAER X BOEING

Briga entre Embraer e Boeing inicia uma nova fase na Justiça (6/12, B8). Realmente é inacreditável que, em pleno século 21, os trabalhadores brasileiros ainda sejam tratados dessa maneira. Se a Embraer quer evitar que seus funcionários sejam contratados pelos concorrentes, que lhes ofereça então remuneração e benefícios adequados o suficiente para mantê-los, ao invés de tentar criar artificialmente um virtual monopólio de exploração de mão de obra especializada. O mais impressionante é que um relevante ministério do governo, do partido que teoricamente representa os trabalhadores, aparentemente também apoia oficialmente essa sandice. O presidente, que veio do meio sindical e sempre disse defender os trabalhadores brasileiros, está a par disso? Qual é sua opinião sobre a questão? Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

fthfmachado@hotmail.com

São Paulo

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JULGAMENTO MONOCRÁTICO

Lira e Gilmar costuram projeto alternativo a PEC (4/12, A9). A cúpula da Câmara articula, em conjunto com o Supremo Tribunal Federal (STF), uma estratégia para segurar o máximo possível a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os poderes da Corte. Apesar de a referida nota não deixar claro do que se trata o disposto nessa tal PEC, sabe-se que é para dar fim a um procedimento abusivo e ilegal do julgamento monocrático execrável do STF, que tantos males e insegurança jurídica causaram ao Direito e à democracia, ato que jamais deveria ter existido, pois o tribunal é um colegiado de juízes. Quanto à reunião da cúpula da Câmara com o Supremo, é profundamente lamentável o encontro de alguns de seus membros com o propósito venal de tentar engavetar a proposição na medida em que o instrumento já fora aprovado com sobras pelo Senado Federal. Esse fato mais parece um ato de traição e deslealdade do presidente da Câmara, Arthur Lira, e não só com seu colega Rodrigo Pacheco, presidente do Senado. Mas também o é contra toda a sociedade de bem deste país. Isso no todo parece mesmo um conluiado. Julgamento monocrático nunca mais.

Jorge A. Cury

cury.assessoria@bol.com.br

Barretos

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TEBET NA JUSTIÇA

Ricardo Lewandowski, ex-STF, foi responsável por devolver direitos políticos a Dilma Rousseff quando de seu processo de impeachment. Num cenário político desfavorável e de opinião pública descrente do Judiciário, eventual escolha de Lula pela ministra Simone Tebet para a Justiça é decisão acertada. A ver.

Maria Lucia Ruhnke Jorge

mlucia.rjorge@gmail.com

Piracicaba

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MODELO DE CAPITALIZAÇÃO

O Estado deseja a melhoria dos serviços de água e esgoto sem que tenha que prover recursos em detrimento da educação, segurança, saúde pública, etc. Como manter então a qualidade e as metas de universalização desses indispensáveis serviços sem deixar de atuar no setor? Partindo da constatação de que a atividade é intrinsecamente viável do ponto de vista econômico ao ponto de atrair o interesse privado, basta criar condições seguras a ambos – interesse público e privado – para que seus objetivos sejam alcançados. Como? A solução está diante de todos! Basta aplicar no setor de água e esgoto as diretrizes que nortearam recentemente, com sucesso, a capitalização da Eletrobras. Não houve privatização! O acionista maior continua o Estado, com 40% do capital. O resto foi pulverizado, até o limite de 10%, entre empregados e pequenos investidores. Com isso o Estado mantém-se majoritário com a única restrição de possuir apenas 10% dos votos em temas que não digam respeito às finalidades da empresa ou ao seu objeto social. Foi essa a grande novidade que tornou possível à empresa ser gerida por critérios empresariais sem que fosse controlada pelos interesses de outro país ou de um determinado grupo econômico. É acima de tudo um modelo que ultrapassa as barreiras ideológicas. Não é de esquerda nem de direita. As consequências serão a valorização do patrimônio público, com a possibilidade da ampliação da distribuição de dividendos aos acionistas minoritários e sobretudo ao Estado para aplicar em seus programas sociais, até dentro do próprio setor, coisa que nenhum aparelhamento ideológico conseguiu em lugar nenhum do mundo. É um modelo sobretudo inteligente de captação de recursos que poderia ser replicado em todas as demais grandes estatais do País, mantendo o Estado, via agências reguladoras, no controle da qualidade da prestação do serviço. Oxalá outras “privatizações” fossem feitas assim. O caso da “privatização” da Enel, vendida a uma estatal italiana, e o da CTEEP, vendida a uma estatal colombiana, ocorridas aqui em São Paulo em setores estratégicos e monopolísticos, não se repetirão se a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovar para a Sabesp esse modelo de capitalização.

Nilson Otávio de Oliveira

noo@uol.com.br

São Paulo

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PRIVATIZAÇÃO DA SABESP

Quem é contra a privatização da Sabesp deveria jogar fora o telefone celular e ir para a rua pedir a volta da Telesp. Estatais cobram caro, oferecem péssimo serviço e esbanjam dinheiro público para manter cabides de empregos para os “cumpanheiros”.

Maria Carmen Del Bel Tunes

carmen_tunes@yahoo.com.br

Americana

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DIVERSIDADE NA FUVEST

Depois de ler que a Fuvest mudou e passa a exigir que os vestibulandos só leiam autoras brasileiras, fiquei pensando: quando um formando quiser fazer parte do quadro de professores da USP e a maioria dos professores examinadores forem militantes, só entrarão os que forem da patota? Cruzes, diversidade já!

Tania Tavares

taniatma@hotmail.com

São Paulo

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VESTIBULAR COM AUTORAS

Acho que a Fuvest voltará atrás em sua proposta, senão, por tendência haverá um dia em que somente deverão ser lidos autores (nem autoras ou autoros) que tenham mudado de sexo.

Pedro Paulo Prado

pedropauloprado@instale.eng.br

São Paulo

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SOLUÇÃO DE DOIS ESTADOS

Um tema que volta constantemente à baila é o da divisão de dois Estados que convivam em paz. Essa premissa existe desde a criação de Israel em 1948. Desde então essa é uma preocupação constante. Do que não se fala é que todas as partes litigantes concordam com isso. Israel, Palestina, Estados Unidos, Rússia, China, etc. Para tal efeito, ao longo dos anos foram realizadas inúmeras reuniões entre as partes, mediada pelos EUA, com esse objetivo. Na maior parte os acordos quase foram levados a cabo, mas nos últimos momentos, por motivos de detalhes, os palestinos romperam as conversações. Um dos últimos encontros, com a mediação de Bill Clinton, ente Yitzhak Rabin e Yasser Arafat, os detalhes haviam sido acertados e, no último momento, Arafat deu para trás. Ou seja, todos querem, mas na hora da verdade os palestinos sempre desistiram.

Sydney Bratt

sydney@gourmand.com.br

São Paulo

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A RESISTÊNCIA PALESTINA

Em seu texto de 3/12 (Estado, C6), Sergio Augusto se declara simpatizante da resistência do sofrido povo palestino e, em meio a citações a poetas da região, escreve que os israelenses estão agindo como nazistas em sua luta contra os terroristas do Hamas em Gaza, e ainda os acusa de reproduzir a chacina ocorrida em Auschwitz. Analogias descabidas e ultrajantes. A resistência palestina é a essência de uma narrativa de 75 anos contra a divisão do território do mandato britânico da Palestina em dois Estados, um árabe e outro judeu. Essa narrativa está baseada na falácia de que o povo judeu não teria nenhuma ligação com essa região. Nos 75 anos passados desde o estabelecimento do Estado de Israel, a resistência palestina educou gerações para odiar os judeus e nada fez para construir seu Estado no território designado. Como insistem em ficar com todo o território, do rio ao mar, perpetuam o conflito e o sofrimento para todos que tentam viver em paz na região. Essa resistência palestina se esquece de que na noite de 24 de dezembro uma grande parte da humanidade relembra e celebra o nascimento de um menino judeu que nasceu na cidade de Belém com uma mensagem de paz. Essa resistência palestina nega a cultura de paz e convivência da região que tem como costume milenar a saudação salaam (em árabe) shalom (em hebraico). Até 6 de outubro os palestinos de Gaza deveriam estar melhorando suas vidas e se beneficiando dos bilhões de dólares enviados pelo Catar e pela renda gerada por cerca de 40 mil trabalhadores que entravam diariamente em Israel para trabalhar. A carnificina, estupros, tortura e sequestros em série contra civis promovidos pelo Hamas na manhã do dia 7 de outubro matou mais de 1,2 mil israelenses em poucas horas. Duzentos e quarenta bebês, crianças, mulheres, idosos e jovens civis foram sequestrados e levados para os subterrâneos de Gaza para servir de escudo humano e moeda de troca para libertação de extremistas. O contínuo lançamento de milhares de foguetes contra cidades israelenses destruiria Israel e mataria milhões de civis se o sistema antifoguetes Iron Dome não fosse eficiente. Os ataques do Hamas e do Hezbollah contra as fronteiras de Israel obrigaram aproximadamente 350 mil israelenses a sair de suas casas perto das fronteiras. O fim da guerra em Gaza pode acontecer em questão de poucas horas e depende somente do Hamas. Basta libertar todos os sequestrados, entregar todas as armas e se render. O mundo civilizado precisa se unir contra o Irã, Rússia e aliados que apoiam o Hamas, Jihad Islâmica e Hezbollah. Somente então os bardos da região poderão voltar a pensar em poesia.

Pedro Kovesi

ppkovesi@outlook.com

São Paulo