Fórum dos Leitores

Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
Atualização:

Guerra na Ucrânia

Controle da mídia

Um jeito prático de não mostrar o que não interessa: sistema russo de controle da mídia proíbe veículos de imprensa de noticiar o que ocorre na Ucrânia com as palavras “invasão” e “agressão”. Seria essa a regulamentação da mídia sonhada por Lula?

Paulo Tarso J. Santos ptjsantos@yahoo.com.br

São Paulo

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Liberdade

Vladimir Putin vencerá a guerra e ganhará a Ucrânia, mas perderá a Rússia e o apoio do povo russo, que anseia por liberdade.

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Paulo Sergio Arisi paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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O segundo cavaleiro

Há exatos dois anos, a peste da covid-19 veio se juntar à fome e à morte que sempre se fizeram presentes em nosso mundo. Agora, quando a peste está indo embora, graças à vacinação em massa, o ex-agente da sanguinária KGB Vladimir Putin solta o segundo cavaleiro do apocalipse, a guerra, ameaçando a tão sonhada paz mundial.

Nivaldo Ribeiro Santos nivasan1928@gmail.com

São Paulo

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Psicofobia

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Na Coluna do Estadão de 26/2, o ex-ministro das Relações Exteriores do PT Celso Amorim declarou que “a reação do governo de Jair Bolsonaro à invasão da Ucrânia é esquizofrênica”. Independentemente da adequação ou não da reação de Bolsonaro ao conflito, o ex-ministro cometeu um ato de psicofobia. Talvez ele não saiba que há no Brasil cerca de 1,5 milhão de pessoas com esquizofrenia, doença cerebral devastadora que causa um sofrimento imenso aos pacientes e aos seus entes próximos. O uso da palavra esquizofrenia para caracterizar algo ruim ou negativo aumenta o estigma da doença, agravando, assim, o sofrimento e a dificuldade de reinserção social e profissional dos pacientes. Por isso, formadores de opinião, como o ex-ministro de Lula, deveriam ter a sensibilidade de não usar o diagnóstico de uma doença grave para dar glamour ao seu discurso. E a mídia (e o Estado, obviamente) ajudaria muito se não publicasse tais discursos despreparados.

Wagner F. Gattaz, professor titular de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP

gattaz@usp.br

São Paulo

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Saúde mental

Burnout e pandemia

Excelente a matéria sobre burnout, de Melinda Wenner Moyer, do The New York Times, traduzida por Renato Prelorentzou e publicada em 26/2 no Estado (D3). Um grupo de alto risco para o desenvolvimento de burnout tem sido o dos profissionais da área da saúde. Além dos fatores estressantes inerentes ao exercício assistencial (responsabilidade profissional; cuidar de pacientes com doenças graves, incapacitantes e incuráveis; contato íntimo e constante com dor, sofrimento e morte; dilemas éticos e outros), durante a pandemia de covid-19 outras experiências foram acrescentadas ao dia a dia dos profissionais: lidar com uma doença nova e desconhecida; receio de ser contaminado; angústia ou impotência diante da falta de respiradores; receio de contaminar a família; necessidade de isolamento; e morte de pessoas próximas. Essas peculiaridades ocupacionais provocaram forte impacto emocional nos profissionais da saúde, levando a sintomas psíquicos (irritabilidade, insônia, ansiedade, depressão), comportamentais (faltas, licenças, abandono do trabalho) e físicos, muito bem descritos na matéria citada. Os profissionais da saúde merecem uma especial atenção em saúde mental, com ênfase nos potenciais efeitos danosos deste período de estresse ocupacional.

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Maria Cezira F. Nogueira Martins, psicóloga; e Luiz Antonio Nogueira Martins, psiquiatra

mariacezira@gmail.com

São Paulo

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Dida Sampaio

1968-2022

Um minuto de silêncio pelo falecimento precoce do repórter fotográfico do Estadão, o cearense Dida Sampaio, aos 53 anos, um dos mais talentosos, brilhantes e premiados profissionais do Brasil. Por suas lentes e cliques, a cena política brasileira foi documentada com imagens inesquecíveis de rara beleza, contundência e ironia. Viva Dida Sampaio!

J. S. Decol decoljs@gmail.com

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São Paulo

Minha solidariedade pela perda do fotógrafo Dida Sampaio.

Diogo Molina Gois dmolinagois@gmail.com

Itajubá (MG)

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

GUERRA NA UCRÂNIA

Em 4 abril de 1949 nasceu a Otan. Foi criada para conter o avanço do socialismo na Europa. Nada mais natural. Washington e Londres (Churchill) sabiam que o poderio do exército soviético, que varreu os nazistas da Europa, era extraordinário. Em 1948 tratava-se da maior máquina militar convencional que alguma vez existiu. Exatos 40 anos depois caiu o Muro de Berlim, e com ele o socialismo na Europa. A URSS se desintegrou e todas as suas ex-repúblicas soviéticas, em frangalhos, nutriam o sonho de um capitalismo benfazejo que não viria. Tudo estava à venda, não havia compradores. Até a fome voltou na antes orgulhosa Rússia – mas tudo bem, a democracia, o capitalismo salvador e a amizade ocidental trariam paz e prosperidade, pensavam muitos russos. A outrora máquina militar invencível não mais existia, o gigante comunista também. Um mundo de paz e harmonia já era uma realidade, acreditavam outros. Desfez-se, então, o Pacto de Varsóvia. A Otan, diziam, iria desaparecer também. Não havia inimigos a temer. Não foi assim, ao contrário, ela cresceu como nunca. Avançou para o leste em busca de um inimigo para justificar sua existência, absorvendo todos os países da chamada “Cortina de ferro”; e, como se pouco fosse, agregou até ex-repúblicas da extinta URSS, como Estônia, Letônia e Lituânia. Atualmente, continua com apetite para mais adesões, tais como Ucrânia e Geórgia. Tudo isso causando um grande cerco armado à Rússia. Ficou então claro para a Rússia quem era o novo inimigo eleito pela Otan. Os russos, com a memória viva das antigas invasões, preferiram manter um líder forte que se diz capaz de protegê-los. Vida longa à Otan, uma organização de paz, claro. Pensam assim seus chefes, militares, funcionários e milhares de pessoas que vivem direta ou indiretamente dessa instituição, incluindo-se o enorme complexo industrial-militar ligado a ela. A Otan é um organismo vivo, agora mais do que nunca. Um monstro militar plurinacional ao qual não interessa a paz.

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José Jairo Martins

josejairomartins7@gmail.com

São Paulo

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DESNAZIFICADOR?

É tolice tentar justificar, como querem alguns, a invasão da Ucrânia comparando-a com a crise dos mísseis de 1962. Naquela ocasião, navios soviéticos carregavam, de fato, armas nucleares em direção a Cuba. O temor de Putin de que a Otan poderia instalar mísseis na Ucrânia é justificado, mas não respalda a invasão “preventiva”, pois esses mísseis não existem. O presidente também se outorgou o papel de desnazificador do país que invadiu. Só não mencionou que foi Hitler quem, sob pretexto de abrigar os milhões de alemães europeus sob uma única nação, resolveu conquistar brutalmente territórios alheios ao bel-prazer. Ou seja, o desnazificador está usando a estratégia nazista para proteger a Rússia e recriar a União Soviética. Não há razões morais ou estratégicas que justifiquem esta guerra. Esse desnecessário conflito é obra de um lunático que pensa ser Ivan, o Terrível, e entrará para o lixo da história.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

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São Paulo

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CONTRA-ATAQUE

Os países-membros da Otan, numa postura covarde, decidiram aplicar sanções contra a Rússia, principalmente econômicas, para mostrar ao mundo que estão tentando deter a sanha expansionista de Putin. Suprema inocência. Para detê-lo terão de partir para o confronto. Não sendo militar e muito menos estrategista, recomendo que as quatro maiores potências militares da Otan (USA, UK, França e Alemanha) abram quatro frentes simultâneas contra os russos, concentrando forças militares em ameaça a quatro cidades russas distantes entre si (São Petersburgo, Omsk, Vladivostok e Irkutsk, por exemplo). Como aconteceu com Hitler, várias frentes atrapalharam o exército alemão que acabou derrotado. Com o perdão da ousadia.

José Claudio Marmo Rizzojcmrizzo@uol.com.br

São Paulo

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QUEM APOIA PUTIN

China, Irã, Síria, Coreia do Norte, e por estas bandas Venezuela, Cuba e Nicarágua, belos exemplos de ditaduras com eterno e ambicioso apetite de poder. As democracias, acima de interesses políticos e econômicos devem reagir à altura, condenando e punindo com a devida severidade. O mau exemplo é contagiante, amanhã pode ser tarde demais.

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Jorge Spunberg

jspunberg@gmail.com

São Paulo

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MEMÓRIA FRACA PARA ALGUMAS COISAS

É incrível como as pessoas se lembram das coisas negativas, mas esquecem das positivas. Por exemplo: 11 de setembro – Há quem não saiba o que esta data significa? Mas e 5 de dezembro? Ninguém se lembra. Pois bem, se trata do maior evento de Não Proliferação de Armas Nucleares da história da humanidade. O país que possuía o terceiro maior arsenal de armas nucleares abdicou de todas essas armas as entregando ao possuidor do segundo maior arsenal nuclear. Hoje a Federação Russa não se lembra mais disso. Nem os Estados Unidos e o Reino Unido que também assinaram o Memorando de Budapeste sobre Garantias de Segurança – Integridade Territorial e Independência Política. Nem tampouco a China e a França que também deram declarações individuais de garantia. Quanto ao público em geral, nem convém falar. Nem a imprensa lembra. Mas, mesmo que a Ucrânia deixe de existir, seu maravilhoso exemplo de fé na humanidade permanecerá para as futuras gerações naquele pedaço de papel tão importante que foi assinado por todos em 1994 e que continuará guardado com muito carinho no Palácio do Governo em Kiev. 

Jorge A. Nurkin

jorge.nurkin@gmail.com

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São Paulo

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POR QUE BOLSONARO NÃO CRITICA A INVASÃO RUSSA

Bolsonaro não fará críticas a Putin. Ele espera apoio dos russos nas eleições, por meio de ataques cibernéticos, como o que ocorreu na campanha presidencial dos EUA de 2016, que elegeu Trump. Flávio Rodrigues 

rodriguesflavio@uol.com.br

São Paulo

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SEMELHANÇAS

As simpatias que o presidente Bolsonaro nutre pelo presidente russo Putin parecem ser proporcionais ao desprezo que ambos demonstram sentir por suas respectivas populações.

Marcelo Gomes Jorge Feres

marcelo.gomes.jorge.feres@gmail.com

Rio de Janeiro

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COERÊNCIA

Bolsonaro não consegue ser coerente nem em sua ideologia. Depois de ser solidário a Putin, só falta pedir para seus eleitores votarem no Lula. 

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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A EXCRECÊNCIA DO GABINETE DO ÓDIO      Ficou provado que Vladimir Putin usou e abusou de disparos de fake news do seu próprio “gabinete do ódio russo” para confundir seu povo e deu no que deu. A tática também foi praticada por Donald Trump com seus seguidores e deu no que deu. Agora chegou a vez de Jair Bolsonaro que já avisou: “Se eu não for reeleito, por aqui será muito pior”. Como já dizia aquela senhorinha de Taubaté: “Será que os ministros do Supremo Tribunal Federal não conseguem pôr um fim nesse tal de gabinete do ódio tupiniquim?”.? Os brasileiros de bem aguardam a resposta!            Júlio Roberto Ayres Brisola       jrobrisola@uol.com.br

São Paulo

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 NÃO FOI POR FALTA DE AVISO

O futuro do País é sombrio! O presidente da República já cansou de anunciar que não vai reconhecer o resultado das urnas nas próximas eleições. Bolsonaro vai descartar o resultado da votação e assumirá o poder, fechará os tribunais, STF, TSE, em seguida fechará o Congresso, sempre com a esfarrapada desculpa da fraude na urna eletrônica e na necessidade de defender a pátria, blá-blá-blá. Bolsonaro passará a governar com seus filhos, as Forças Armadas, a Polícia, as milícias criminosas armadas e mais ninguém. A bancada da corrupção, dona do Congresso e que sustenta Bolsonaro no poder ignorando centenas de pedidos de impeachment, vai cair do cavalo com o fechamento do Congresso, não haverá lugar para deputados e senadores no novo governo Bolsonaro. Augusto Aras também ficará chupando o dedo, não será ministro do STF e a PGR também será extinta, substituída por alguma delegacia de polícia ou uma banca da milícia. Quando isso acontecer ninguém poderá dizer que não sabia, que não foi avisado, o Brasil viverá em outubro algo parecido com o que a Ucrânia está vivendo hoje. Mário Barilá Filho

mariobarila@yahoo.com.br

São Paulo

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ESTUPIDEZ ILIMITADA!

Admitindo-se que as pesquisas sejam confiáveis, é simplesmente inaceitável que um cidadão de questionável integridade e reputação esteja liderando as intenções de voto para presidente da República. Então se conclui que o Brasil não é um país sério. Só para dizer o mínimo!

José Marques

seuqrama993@gmail.com

São Paulo

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JUSTIÇA

Certamente, o Brasil é o único país neste planeta cansado no qual um multirréu, Lula da Silva, condenado à prisão por vários tribunais, com provas irrefutáveis de corrupção, consegue, mediante a articulação de manobras jurídicas mal explicadas, desenvolvidas numa Corte Suprema que não desfruta de confiança da população, obter salvo-conduto para lançar sua candidatura à Presidência. Reforçando o argumento da unicidade, não custa acrescentar que as condenações foram ratificadas ao longo de uma operação que constituiu, nos últimos tempos, o único movimento real de combate ao crime de colarinho branco no País, a Operação Lava Jato, extinta por meio de articulações concertadas naquele mesmo paraíso de togados. Será lícito definir tal conjunto de desdobramentos originados no órgão mais importante do Poder Judiciário como característico de Justiça vigente numa democracia?

Paulo Roberto Gotaçprgotac@hotmail.com

Rio de Janeiro

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DESCONFIANÇA INÚTIL?

Bolsonaro “afirmou” que não aceitaria a vitória de Lula, se a votação for realizada pelo sistema eleitoral eletrônico. Esta “fala” de Bolsonaro mostra que ele já “engoliu” a possibilidade de ser derrotado por Lula e, inclusive, os outros candidatos, que ainda não oficializaram as suas candidaturas. Gostaria de repetir a mesma pergunta para o presidente: só por curiosidade, por que o senhor insiste tanto na votação em papel? É mesmo só pela segurança da eleição? Eu creio que não. Além disso, considerando que já foi eleito várias vezes como deputado e para presidente pelo sistema eletrônico, por que agora insiste em dizer que o sistema eletrônico não é confiável – e ele é verificado antes de qualquer eleição por especialistas?

Tomomasa Yanotyanosan@gmail.com

Campinas

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CAMPANHA DA FRATERNIDADE 

 A Campanha da Fraternidade (CF) vem aí! Iniciaremos a Quaresma no próximo dia 2 de março, Quarta-Feira de Cinzas. Vamos iniciar um tempo especial de conversão e penitência, em preparação para a Páscoa. Por isso, a Quarta-Feira de Cinzas é dia de jejum e abstinência. Em todo o Brasil, na mesma ocasião, será também lançada a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2022. 

Em 2022 completam-se 59 anos da Campanha da Fraternidade, uma ação da Igreja Católica que visa a alargar o horizonte da vivência da fé, trazer temas de cunho social para o centro da reflexão eclesial e incentivar ações transformadoras. O embrião da iniciativa surgiu na cidade de Natal (RN), em 1961, quando a arquidiocese local, impulsionada por dom Eugênio Sales se mobilizou para arrecadar fundos em prol de obras sociais.

No fim de 1963, a CF foi lançada em âmbito nacional e desde então tem abordado anualmente temas como a fome, o problema fundiário, os direitos dos menores, o desemprego, as drogas, a vida no planeta, etc.

A Campanha da Fraternidade 2022 reflete sobre o tema da educação, com o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor”. – (Provérbios 31,26).

A CF quer nos ajudar a vivenciar o tempo quaresmal, especialmente a caridade e a justiça nos âmbitos pessoal, comunitário e social. 

José Ribamar Pinheiro Filho

pinheirinhoma@hotmail.com

Brasília

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