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2023 tem política à beira de um ataque de nervos; veja dez vídeos com os ‘melhores’ momentos

Ano teve de tentativa de golpe com invasão de prédios públicos em Brasília no 8 de janeiro a bate-bocas no Congresso, deputado com peruca e até prefeito discutindo com moradores

Foto do author Vinícius Valfré
Por Vinícius Valfré
Atualização:

O ano de 2023 entra para a História por um começo em ritmo de terremoto político e um fim com uma coleção de embates, bate-bocas e quase agressão física entre parlamentares. Teve de tudo: quebradeira no Planalto, deputado de peruca e ministro fazendo pose de “vingador”. Gravadas em vídeo, as cenas expõem casos de constrangimento político e de uma atuação voltada para as redes sociais em um contexto de forte polarização.

O Estadão selecionou dez desses “melhores” momentos protagonizados por extremistas, políticos regionais e por autoridades dos Três Poderes da República:

Os ataques de 8 de janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha passado pela primeira semana de mandato quando uma marcha de extremistas tomou conta da Praça dos Três Poderes. Com gritos de intervenção militar e desejos de depor o petista do cargo, golpistas invadiram os prédios do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). Deixaram um rastro de destruição e um grupo acabou sendo preso no dia seguinte.

Flávio Dino, o ministro vingador

O ministro da Justiça, Flávio Dino, tornou-se o alvo preferencial da oposição no Congresso. A atuação dele no 8 de janeiro foi questionada. Convocado para seguidas audiências na Câmara e no Senado, adotou em vários momentos o estilo debochado. Num dos confrontos, ironizou o senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES) que se apresenta como ligado à SWAT, a polícia especial dos Estados Unidos. Dino reagiu dizendo-se um “vingador”. O ministro chegou ao final do ano promovido: em fevereiro, será um dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Um STF em pé de guerra

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O plenário do STF ardeu em setembro. Com som e imagem transmitidos pela TV Justiça, ministros da Corte trocaram farpas públicas durante julgamento de réu acusado de participar dos atos do 8 de Janeiro. Na sessão, Alexandre de Moraes subiu o tom contra André Mendonça, que havia insinuado que o Ministério da Justiça não impediu a invasão dos prédios públicos.

Gilmar Mendes provocou Kassio Nunes Marques. “Não se tratava de um domingo no parque, ministro Kassio, nem de um incidente. A cadeira que o senhor está sentado estava lá na rua”, ironizou Mendes. Nunes Marques alegou que a expressão de “domingo no parque” não era dele.

‘Solicito à segurança que retire o deputado do plenário’

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro foi palco de duros embates entre governistas e bolsonaristas. O presidente da Comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), tentou serenar os ânimos por diversas vezes. Até que não aguentou mais. Depois de presenciar inúmeras tentativas do deputado Abílio Brunini (PL-MT) de tumultuar as reuniões do colegiado, Maia mandou parar tudo. E solicitou à segurança do Congresso que retirasse Abílio, que insistia em interromper deputada governista que defendia a prisão do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) e general da reserva Augusto Heleno.

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Prefeito de São Paulo bate-boca com morador

O prefeito Ricardo Nunes (MDB), em novembro, foi participar de um ato oficial da Prefeitura de São Paulo para entrega de obras no Jabaquara, na zona sul da capital. O evento descambou para o bate-boca porque moradores do bairro temiam que um projeto municipal acabasse provocando a ida de usuários de crack para a região.

O dia em que Nikolas pôs peruca e virou ‘deputada Nikole’

Era março, dia 8. A data celebra o Dia Internacional da Mulher. Da tribuna da Câmara, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) quis pregar contra o feminismo. Pôs uma peruca loura na cabeça e se apresentou como “deputada Nikole” para debochar do movimento de direitos das mulheres. “Hoje, o dia internacional das mulheres, a esquerda disse que eu não poderia falar porque eu não estava no meu local de fala, então eu solucionei esse problema aqui. Hoje, eu me sinto mulher, deputada Nikole”.


Relatora da CPMI do 8 de Janeiro manda deputado calar a boca

De novo a CPMI do 8 de janeiro. Dessa vez, quem perdeu a paciência foi a relatora da comissão parlamentar, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA). De tanto ser interrompida pelo deputado bolsonarista Éder Mauro (PL-PA) disparou um “cala a boca”.

Ex-comunistas se desentendem em duelo virtual

Antigamente eles eram do PCB, Partido Comunista Brasileiro. O muro caiu na Alemanha e os ex-comunistas fundaram o PPS. Depois, veio o Cidadania. Em agosto, numa reunião virtual, sobraram xingamentos no que era para ser um encontro da Executiva nacional do partido, sigla dirigida pelo ex-deputado federal Roberto Freire. “Vagabundo” e “caudilho” foram alguns dos insultos trocados no grupo.

Massacres entre judeus e palestinos vira motivo para discussão na Câmara

O conflito entre Israel e Palestina, que resultou em massacres dos dois lados, acirrou os ânimos dentro do Congresso brasileiro. Deputados da oposição cobraram dos governistas por defender palestinos que, este ano, assassinaram barbaramente judeus. O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) convidou petistas a classificarem o Hamas como “terrorista”. E escalou no discurso: chamou o PT de “facção criminosa”. “O deputado chamar de facção criminosa tem que lavar a boca”, respondeu Kiko Celeguim (PT-SP).

Mourão chama bolsonarista ‘pro braço’

Na semana que antecedeu o Natal, o clima entre os congressistas não estava para festas. Até mesmo entre aliados, o espírito natalino andava em falta. No fundão do plenário da Câmara, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), vice-presidente no governo de Jair Bolsonaro (PL), foi cobrar satisfação do deputado bolsonarista Gilvan da Federal (PL-ES).

“Aqui é braço”, disse Mourão. “Você acha que eu tenho medo de você por que é general?”, perguntou Gilvan. Seguranças apartaram diante do risco de briga.

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