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A empresários, Maia reforça necessidade de isolamento: 'Liberar agora vai ser uma tragédia'

Presidente da Câmara dos Deputados diz que reza pela resistência dos brasileiros e avalia que adiamento das eleições de 2020 criaria "risco institucional"

Por Emilly Behnke e Camila Turtelli
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defender o isolamento durante o período de crise provocado pelo surto do novo coronavírus. Em evento com empresários do grupo Lide, ele citou o exemplo da Itália e falou em "tragédia" semelhante ao país europeu caso haja uma recomendação contra a quarentena. Ao comentar o adiamento das eleições, Maia disse que questão não é simples e que poderia causar um problema, já que juízes teriam que assumir os mandatos.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Foto: Felipe Rau/Estadão

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“O que vimos em países em que o isolamento acabou rápido foi uma tragédia. Vamos rezar para que a população brasileira tenha um nível de resistência maior que a de outros países”, disse o presidente da Câmara.

Maia destacou a necessidade de evitar o colapso do sistema de saúde. Ele demonstrou preocupação com as classes sociais menos favorecidas, que enfrentam dificuldades de manter o isolamento em residências com muitas pessoas.

Durante a conversa, empresários reclamaram da falta de agilidade do governo. Para Maia, é preciso união dos poderes públicos. "Nesse momento de crise, é ruim atropelar o outro", comentou. Ele sugeriu uma conversa entre as lideranças políticas do País.

"Vamos sentar todos numa mesa, presidentes [dos três Poderes], talvez um governador por região, para que a gente possa abrir um diálogo e construir algo com o que nos une e não com o que nos divide” afirmou.

Adiamento das eleições

Rodrigo Maia avaliou também que adiar as eleições municipais previstas para outubro deste ano não é uma questão simples ante a crise provocada pelo novo coronavírus. Segundo ele, haveria um "risco institucional muito grande" em adiar o pleito.

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"Quem assumiria nas prefeituras seriam juízes, não os prefeitos", disse. Maia destacou que a população "vota por quatro anos e não por seis anos". "Isso precisa ser respeitado, no meu ponto de vista", afirmou.

Para o presidente da Câmara, o importante é focar nas medidas atuais de combate ao novo coronavírus e planejar o período pós-crise. "Vamos cuidar dos dois (próximos) meses, vamos garantir previsibilidade, vamos montar um planejamento para depois desse momento mais agudo para que a gente consiga colocar dinheiro para o setor produtivo voltar a produzir", defendeu.

Segundo Maia, uma vez que ocorra a injeção de dinheiro público e a liberação da população aos poucos do estado de isolamento, será possível retomar a economia e pensar nas eleições. "Acho que a gente passa a ter as condições (depois da retomada) de em um prazo de 30, 40 dias realizar as eleições", complementou.

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