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Anaí Caproni diz que, se eleita, quebrará 'o sistema atual'

Para candidata do PCO, trabalhadores têm que ter voz na destinação dos recursos da cidade

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Por Redação
Atualização:

A candidata do PCO à Prefeitura de São Paulo, Anaí Caproni, afirmou nesta quinta-feira, 23, não acreditar que uma vitória nas urnas seria o suficiente para mudar o rumo da cidade de São Paulo que, na sua opinião, é controlada por "grupos empresariais". Ela disse que, se for eleita em outubro, sua primeira ação será convocar a população e articular movimentos sociais para "quebrar o sistema atual". "Tiraríamos um plano, propostas para quebrar esse sistema. Os trabalhadores têm que opinar para onde irão os recursos (da cidade). A situação chegou no limite dos limites", pregou.

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A candidata afirmou não acreditar que possa sair vencedora nas urnas e suceder o prefeito Gilberto Kassab (PSD). Para ela, a participação de seu partido no pleito é uma ação de "cidadania", com objetivo de "trazer à tona problemas que o eleitor tem dificuldade de saber". "Quem não participa do meio político entra no processo eleitoral com mais expectativa do que pode ser atingida", argumentou.

Entre esses problemas, ela citou o "aluguel" de partidos em troca de tempo de televisão para a propaganda partidária. Ela acusou Kassab de ter criado o PSD com esse objetivo. "Partidos são criados para conseguir tempo na TV. Nessa, entra o partido do prefeito (PSD), mas existem outros", garantiu.

 

  A candidata Anaí Caproni foi a sexta entrevistada da série Entrevistas Estadão. Nesta sexta-feira (24), o entrevistado será José Maria Eymael, candidato do PSDC. A entrevista começa às 15h e será transmitida pela TV Estadão no portal do Estadão. Anaí atrasou-se para a sabatina da série Entrevistas Estadão devido a uma falha técnica no metrô e ficou parada no caminho. "A rede não é extensa o suficiente. Em períodos anteriores, (o metrô) pelo menos tinha qualidade. Hoje não tem mais", queixou-se. Para ela, a solução para o trânsito é a ampliação do transporte sobre trilhos. "O problema do trânsito não é um segredo. Os técnicos há muito tempo diagnosticaram que a solução é a construção de metrôs", defendeu. Para Anaí, o trânsito chegou ao ponto atual por falta de vontade política do governo do Estado em construir mais linhas. "Todas as eleições entregam uma ou duas estações para mostrar no marketing eleitoral", afirmou. Ela afirma que uma cidade do porte de São Paulo teria que se impor para ampliar a rede metroviária. "Se fizer pressão, se tiver a decisão de colocar em prática algumas propostas, é praticamente irresistível. A administração estadual não vai se indispor, comprar briga com a Prefeitura", assegurou. A falta de vagas em creches na Capital, tema recorrente nesta campanha, também foi mencionada pela candidata. Para ela, a corrupção é a grande culpada pela ausência de serviços básicos à população. "Esse é o tipo de problema que não é realmente sério ou difícil de resolver. O que falta (de vagas) você constrói. Agora, onde foi parar essa verba?", questionou. Anaí defendeu também a estatização dos serviços públicos. Segundo ela, a maneira que a cidade organiza-se agora privilegia poucos grupos em detrimento da população. "O miolo da questão (dos problemas da cidade) é quebrar o monopólio dos empresários, acabar com as privatizações. Em São Paulo, têm as companhias de ônibus, empreiteiras que sugam verba", bradou. Cracolândia. A candidata do PCO traçou duras críticas à atuação da Prefeitura na cracolândia ao expulsar os usuários de drogas da região. Para ela, o objetivo da operação era servir à especulação imobiliária. "Foi uma política meio nazista de espantar as pessoas com problemas para melhorar os negócios", acusou. "Aquela região, a administração atual está de olho em modernizar para a especulação imobiliária", concluiu.

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