A resposta é Inovação Aberta: adequando-se às transformações do mundo

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Blog do Fausto Macedo

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Por César Costa
3 min de leitura
César Costa. FOTO: SEMENTE NEGÓCIOS/DIV. Foto: Estadão

Durante muito tempo, a chave do sucesso de uma empresa estava no segredo que elas guardavam sobre a propriedade intelectual de determinado produto ou serviço. As empresas que mais investiam em inovações dentro de laboratórios fechados de P&D tendiam a ser mais bem sucedidas.O crescimento cada vez maior do empreendedorismo e a era digital mostraram para as corporações que a dinâmica da competitividade aumenta e que para se destacar é necessário, entre outras coisas, ser ágil.

A maior competitividade e oferta de soluções no mercado passam a obrigar as empresas a entender profundamente as mudanças no comportamento do consumidor, a fim de lançarem produtos e serviços que de fato solucionem dores e desejos do seu mercado. Nesse mundo digital, o consumidor, além de ter maior poder através do acesso facilitado à informação, também muda suas preferências rapidamente, levando empresas a precisarem constantemente inovar.

No cenário em que estamos vivendo hoje, com o novo coronavírus e as incertezas subsequentes, tiramos a lição de que inovar é uma questão de sobrevivência. Ou seja, se antes a inovação era para quem buscava liderança em seu mercado, hoje também serve para quem quer continuar vivo.

Desde grandes até pequenos negócios têm migrado para o digital e se adaptado frente ao desafio do isolamento social. E o fator em comum em todas as estratégias que são usadas é a urgência. Ou seja, é necessário se transformar, e agora mais rápido do que nunca.

Mas, como lidar com prejuízos e ainda investir em inovação?

A premissa básica da inovação é definida no "trabalhar em conjunto", complementando capacidades e expertises de diferentes organizações para acelerar a geração de resultados. Estamos falando de Inovação Aberta.

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Mas o que é Inovação Aberta?

De acordo com Henry Chesbrough, em seu livro Open Innovation: The New Imperative for Creating And Profiting from Technology (Harvard Business School Press -- 2003), é um processo que usa entradas e saídas de conhecimento intencionais para acelerar a inovação interna e expandir os mercados através da inovação. Ela pode se categorizar em 3 grupos:

Inbound

Conhecido como "de fora para dentro". Nesse modelo, as empresas podem fazer um bom uso de inovações e das tecnologias já desenvolvidas fora da sua organização, para explorá-las nos seus processos internos de inovação.

Este caso de inovação aberta é o mais explorado entre pequenas e médias empresas, já que possibilita que elas acessem tecnologias validadas por organizações maiores, melhorando sua competitividade e eficiência.

Outbound

Esse modelo é conhecido como "de dentro para fora" e consiste em processos pelos quais as empresas revelam informações sobre um produto ou serviço, licenciam a comercialização de uma solução ou vendem sua tecnologia para outras organizações.

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Quando as ideias são cedidas de uma empresa para serem desenvolvidas por outra, temos um processo de inovação Outbound. Segundo Henry Chesbrough, esse modelo é o menos explorado, já que as empresas ainda são resistentes a ceder suas iniciativas.

Coupled

Aqui, o que acontece é que quando as empresas se juntam para co-desenvolver uma solução, chamamos de Inovação Aberta Coupled. A principal característica do modelo é a união de empresas de áreas distintas, para compartilhamento de conhecimentos e expertise.

A inovação traz diversos benefícios para as corporações pois dá acesso a novos mercados onde a empresa tem participação limitada e os parceiros são mais ativos, além de dar novas oportunidades comerciais por meio de atividades de pesquisa e desenvolvimento não exploradas de forma interna. Mas, é preciso estar aberto a compartilhar, e crescer de forma conjunta, acelerando o crescimento da corporação de forma coletiva.

Nos últimos anos, os programas de conexão com startups ganharam muita força. Com o lançamento de desafios, grandes empresas convidam empreendedores a apresentarem suas soluções para resolver problemas da companhia. Por isso, vale a pena se abrir para um processo de inovação contínua nas empresas.

*César Costa, sócio e head de inovação corporativa da Semente Negócios