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A transformação no campo por meio da tecnologia

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Por Rodrigo Strey
Atualização:
Rodrigo Strey. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O agronegócio é uma peça fundamental no crescimento econômico do país. Mesmo o mundo vivendo uma crise e enfrentando diversos desafios diante da COVID-19, o setor brasileiro acumulou de janeiro a novembro de 2020 um crescimento de 19,66% no Produto Interno Bruto (PIB), quando comparado ao mesmo período de 2019, segundo cálculos do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Ainda que o resultado seja satisfatório, o setor passa, há alguns anos, por um importante movimento de transformação, conhecido como agricultura 4.0.

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A inovação tecnológica se tornou imprescindível para as empresas que atuam no agronegócio. Novas tecnologias e processos estão sendo aplicados como a internet das coisas (IoT), big data, robótica, inteligência artificial e hiper automação de modo geral. Com o uso dessas ferramentas, os resultados no campo passam a ser mais rápidos, precisos e produtivos, evitando gastos desnecessários de recursos e tempo bem como tornando as decisões mais eficientes.

Saber o tempo de crescimento da cultura, monitorar as condições do solo, da luz e da umidade já é possível com a utilização dessas tecnologias. Todos os dados gerados por esses acompanhamentos permitem que o produtor tenha informações mais precisas para a tomada de decisão sobre onde plantar, qual produto cultivar, a quantidade de água e fertilizantes ideais. Os resultados são o ganho de produtividade no agronegócio, redução nos gastos financeiros, de energia e um produto de alta qualidade.

A vantagem dessas soluções é que podem ser implementadas em boa parte da cadeia produtiva do agronegócio, agregando mais valor ao produto e rentabilidade ao produtor. Dentre as tecnologias em questão, podemos destacar:

Big Data: a palavra chave aqui é informação. Com o uso desse conjunto de dados é possível tratar, entender e analisar grandes volumes de dados, permitindo que as empresas do agronegócio tenham mais clareza sobre a produção e tomem decisões mais eficientes e eficazes. O uso do Big Data na tomada de decisão poderá ajudar no aumento da produtividade, bem como, diminuição de custos com energias.

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Inteligência Artificial (IA): com o uso da automação por meio de maquinários e softwares inteligentes, a IA vem revolucionando o setor do agronegócio a partir do raciocínio lógico para resolução de problemas. É possível obter informações em tempo real que geram grande volume de dados para análises futuras. Além disso, muitas máquinas já funcionam sozinhas, sem a necessidade de uma pessoa no comando. O gestor pode acompanhar tudo através de aplicativos. No entanto, é necessário lembrar que o uso de IA não irá substituir o trabalho humano, mas sim ajudá-lo no trabalho manual e na elaboração de soluções mais complexas.

Internet das Coisas (IoT): permite que dados sejam compartilhados entre objetos por meio da internet, podendo gerenciar tarefas e serviços. Quando aplicado ao agronegócio, a IoT aumenta a capacidade de monitoramento dos cultivos e dá base para que sejam realizadas decisões mais conscientes. Ainda, um dos principais objetivos do uso de IoT é potencializar o trabalho das máquinas de forma integral, auxiliando na produtividade e gerando informações em tempo real da execução. Isso permite o aumento de velocidade, consequente economia de tempo e como todos já sabem, tempo é dinheiro.

A agricultura 4.0 já é uma realidade concreta, pois o segmento está cada vez mais tecnológico e cheio de novos recursos para otimizar o cultivo. Conforme o relatório "Visão 2030: o Futuro da Agricultura Brasileira", elaborado em 2018 pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), o agronegócio enfrentará muitos desafios como mudanças climáticas, desgaste do solo, escassez da água e aumento da população - consequentemente a produção terá que aumentar. Tudo isso, pensando em soluções agregadas à sustentabilidade e que se alinhem com as novas legislações.

Neste contexto, as novas ferramentas tecnológicas do setor são uma das respostas para essas questões, pois proporcionarão novos patamares de eficiência e sustentabilidade na produção animal e vegetal via agricultura digital. Somados às inovações, o setor também precisa entregar valor agregado no produto final e também passar por uma mudança no mindset, para que possamos ver as ferramentas tecnológicas como uma aliada da produção e não uma concorrente. Mudança de cultura também é um ponto chave.

Assim, estar atento a essas tendências será importante para se manter competitivo no mercado, pois o futuro nos mostra que o agora será decisivo para aqueles que pretendem permanecer no setor.

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*Rodrigo Strey é diretor executivo na AMcom

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