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Caso Brunet incentiva novas denúncias de violência, diz advogada

Eduarda Mourão, presidente da Comissão de Mulheres da OAB, avalia que modelo, ao revelar publicamente as agressões sofridas, colabora para que outras vítimas procurem as autoridades

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Por Vitor Tavares
Atualização:

Luiza Brunet e Lírio Parisotto. Foto: Sonia Racy/Estadão

A presidente da Comissão da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Eduarda Mourão, elogiou nesta sexta-feira, 1º, a decisão de Luiza Brunet de denunciar publicamente a agressão cometida pelo seu ex-namorado, Lírio Albino Parisotto. Para a advogada, a modelo está colaborando para que outras mulheres vítimas de violência doméstica também possam denunciar e procurar os órgãos responsáveis.

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"Quando se trata de uma mulher de vida pública, famosa, com muitos fãs, e ela passa por essa situação, ter coragem é muito importante. Esse ato influencia positivamente as mulheres que precisam fazer o mesmo. A denúncia prova que a violência contra as mulheres está em todas as classes sociais, não se resume às classes mais baixas", comentou Eduarda Mourão.

De acordo com a advogada, a cultura machista ainda é muito forte no Brasil, o que impede que mulheres agredidas procurem ajuda de alguma maneira. "Há um medo por conta da crítica da sociedade. Elas se calam, se silenciam, com receio de serem julgadas e criminalizadas, como acontece no Brasil", disse Eduarda, destacando que o Brasil ocupa o posto de 5º país mais violento para mulheres, de acordo com o Mapa da Violência divulgado no fim do ano passado.

Como um dos pleitos da Comissão das Mulheres da OAB, está o pedido para que o Judiciário brasileiro seja mais célere na resolução de processos envolvendo a violência doméstica. "O Estado vem falhando nessa proteção, e assim se perpetua essa cultura que precisa ser eliminada do País. Se fosse mais rápido, o agressor iria perceber que não 'valeria mais a pena' agredir", comentou a presidente do colegiado. Hoje, a OAB tem representantes da comissão em todos os estados brasileiros, com o objetivo de fortalecer a rede de proteção feminina.

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A advogada Eduarda Mourão ainda ressalta que as mulheres devem denunciar as agressões mesmo que tenham ocorrido há meses, como no caso de Luiza Brunet. A agressão contra a modelo teria ocorrido em 21 de maio, num hotel nos Estados Unidos. As vítimas podem procurar delegacias especializadas e também as seccionais da OAB, para pedirem orientação jurídica, orienta Eduarda.

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