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PF vai investigar se há crime em declarações de Elon Musk sobre Moraes

Procedimento se debruçará sobre publicações do empresário, dono do X, que ameaçou levantar bloqueios impostos pelo ministros a perfis na plataforma

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Foto do author Rayssa Motta
Foto do author Fausto Macedo
Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Atualização:
Correção:

A Polícia Federal (PF) vai investigar se o empresário Elon Musk, dono da rede social X, cometeu algum crime ao ameaçar descumprir decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e criticar o ministro Alexandre de Moraes.

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O procedimento foi aberto depois que o empresário prometeu reativar perfis bloqueados por determinação do STF e deu a entender que poderia encerrar as operações no Brasil por “princípios”.

A PF vai analisar se as declarações do empresário podem ser enquadradas, por exemplo, como apologia ao crime.

A Polícia Federal também monitora os desdobramentos do caso. Elon Musk prometeu publicar decisões judiciais que determinaram o bloqueio de perfis no X, alegando que elas promovem censura, mas há determinações em sigilo. Uma eventual divulgação pode ser interpretada como vazamento indevido.

Elon Musk afirmou no X que o ministro Alexandre de Moraes "traiu" a Constituição e “deveria renunciar ou sofrer um impeachment”.  Foto: Czarek Sokolowski/AP e Gustavo Moreno/SCO/STF

O bilionário declarou ainda que Alexandre de Moraes “deveria renunciar ou sofrer um impeachment”. Em resposta, o ministro incluiu o empresário como investigado no inquérito das milícias digitais.

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O STF se uniu em defesa de Moraes. Mais cedo, o presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, divulgou uma nota institucional com críticas ao que chama de “instrumentalização criminosa das redes sociais”. “Toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal”, diz o comunicado.

O ministro Edson Fachin também saiu em defesa do colega. “Nenhum CEO pode dizer que não vai cumprir decisão judicial”, reagiu ao defender que o empresário responda por fomentar o descumprimento de ordens do Supremo Tribunal Federal.

Correções

Inicialmente, a reportagem informou que a investigação da Polícia Federal foi aberta por determinação do ministro da Justiça Ricardo Lewadowski. A informação foi corrigida às 20h18. A PF faz parte do guarda-chuva administrativo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, mas o ministro não determinou a instauração do procedimento. A ordem partiu do ministro do STF Alexandre de Moraes.

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