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Transferido para Tremembé, Lula teria de raspar cabelo e tirar barba

Se remoção do ex-presidente de Curitiba para São Paulo fosse mantida, petista seguiria regras do complexo prisional no interior paulista

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Foto do author Marcelo Godoy
Por Marcelo Godoy , Ricardo Galhardo e Gerson Monteiro
Atualização:

Lula concede entrevista na PF em Curitiba, em abril de 2019. Foto: RICARDO STUCKERT

O maior motivo de preocupação dos dirigentes e lideranças petistas quanto a uma possível transferência de Luiz Inácio Lula da Silva para um presídio comum em Tremembé foi com a segurança e o bem-estar do ex-presidente. Um outro motivo, no entanto, preocupou os petistas ao longo do dia de ontem: os danos que a remoção causaria à imagem do maior líder do partido.

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Ao entrar em Tremembé, Lula seria obrigado a raspar o cabelo e a barba, sua marca registrada desde que surgiu na política nacional durante as greves de metalúrgicos do ABC, no fim da década de 1970. No sistema prisional paulista, todos os presos que chegam a uma penitenciária são obrigados pelo regulamento dos presídios a raspar o cabelo e a barba. Devem ainda tirar fotos para serem identificados, adquirindo uma ficha na cadeia. Petistas estavam certos de que essa ficha acabaria chegando às redes sociais. Para deixar que a barba voltasse a crescer, Lula precisaria de autorização judicial.

No sistema penitenciário paulista, o preso recebe duas calças caqui, duas camisetas brancas, duas blusas e pode ter até no máximo cinco cuecas, além de dois pares de meias, sapato e chinelo. Logo que entra na prisão, o detento é colocado no sistema de prova, uma espécie de adaptação à vida do presídio que pode durar até dez dias. Só então lhe é designada uma cela onde vai cumprir a pena.

Por fim, as visitas são apenas no fim de semana - exceto advogados e parlamentares. Todas devem ser autorizadas pela Justiça e devem passar pela direção do presídio. Petistas avaliavam que as restrições poderiam dificultar ainda mais a atuação política de Lula, hoje feita por intermédio de advogados que o visitam diariamente e políticos que vão a Curitiba uma vez por semana.

Caso o ex-presidente fosse transferido para a penitenciária, mesmo no regime fechado, ele poderia trabalhar em uma das três empresas que atuam no local. Por meio de convênio com a Secretaria de Administração Penitenciária, outras duas empresas atuam no presídio, uma delas no ramo de metalurgia, que poderia oferecer ao ex-presidente uma ocupação em que ele detém conhecimento por já ter trabalhado na área.

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Outra opção seria o serviço de varrição do complexo. Oficinas de leitura e de teatro também são realizadas para os detentos que não querem trabalhar.

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