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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

COP-30 e ‘fator Alckmin’ levam Helder Barbalho a ser cotado para vice de Lula em 2026

MDB reconhece a importância crescente do governador, mas já teme disputa de bastidores com Simone Tebet

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Foto do author Eduardo Gayer
Atualização:

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), tem crescido nas bolsas de apostas para ser o candidato a vice do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2026. Dois fatores têm catapultado Helder à posição de eventual parceiro de chapa do PT: a escolha de Belém como sede da COP-30 e as sinalizações do atual vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), de que irá disputar o governo de São Paulo, como revelou a Coluna.

O governador do Pará, Helder Barbalho, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 17 de junho. Na ocasião, os dois anunciaram em Belém medidas para a organização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30) na cidade. O evento será realizado em 2025.  Foto: Ricardo Stuckert/PR

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A Conferência Anual do Clima (COP) será em Belém em 2025, às vésperas das eleições presidenciais. O evento global é visto pelo grupo do governador como uma Copa do Mundo ambiental, com potencial de projetar o Brasil e a Amazônia para toda a comunidade internacional e consequentemente o próprio Helder.

No Palácio do Planalto, ministros consideram fortemente a hipótese de Alckmin ser candidato a governador de São Paulo, Estado que ele já comandou por quatro vezes. A ideia é bem vista no PT, por abrir espaço para novas composições na chapa presidencial e, ainda, ter um candidato forte e ao centro para combater o “tarcisismo”, seja Tarcísio de Freitas (Republicanos) postulante à reeleição ou padrinho de outra figura.

O MDB de Helder é o maior partido do País e tem três ministérios no governo Lula: Planejamento, com Simone Tebet; Transportes, com Renan Filho; e Cidades, com Jader Filho. A sigla já compôs chapa presidencial com o PT, com Michel Temer como “número dois” de Dilma Rousseff nas eleições vitoriosas de 2010 e 2014. Na crise do impeachment, os dois romperam, com a ex-presidente cassada acusando o sucessor de um “golpe”.

Justamente pela capilaridade nacional, ter o MDB novamente como principal aliado soa positivamente no entorno de Lula. De família tradicional na política, filho do senador Jader Barbalho (PA), Helder é governador reeleito em primeiro turno com o maior porcentual no País. Ele apoiou o presidente no segundo turno das eleições, gesto reconhecido por Lula. Ainda emplacou seu irmão, Jader Filho, como ministros das Cidades, em prova de seu poder de articulação.

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Helder diz que foco é governo estadual para deixar legado ambiental no Pará

À Coluna, Helder afirma que por ora não está preocupado com o processo eleitoral. “Nesse momento, minha agenda é voltada a entregas do governo estadual e fazer dessa COP uma conquista de legado, uma virada de chave ambiental e social”, assegura o governador. Ainda assim, ele reconhece que a tendência é renunciar ao cargo em 2026 para estar habilitado às eleições.

Crescimento de Helder liga alerta no MDB

A cúpula do MDB reconhece Helder como uma liderança crescente no partido, mas já teme que, em algum momento, ele e Simone Tebet - que disputou a Presidência pelo partido em 2022 - entrem em rota de colisão em busca de protagonismo.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet.  

Tebet tornou-se uma “estrela” nacional do MDB, mas seu reduto eleitoral, Mato Grosso do Sul, é bolsonarista e limita as possibilidades eleitorais de uma ministra do governo Lula. Na semana passada, a ex-senadora foi atropelada pelo ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, no anúncio do economista Marcio Pochmann como futuro presidente do IBGE. Ainda assim, como mostrou a Coluna, o MDB vê o episódio como “águas passadas”.