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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer

O dilema do Brasil sobre endurecer com a China; o que dizem Alckmin e Josué Gomes

Ambos adotaram tom pacífico em relação à China, e falam em ‘manter’ relações amistosas e estabelecer ‘pontes’ com asiáticos e norte-americanos

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Foto do author Pedro Lima

O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, deixaram claro o dilema que o País enfrenta em relação aos produtos chineses. Em entrevista ao programa Dois Pontos, vodcast do Estadão, eles reforçaram que o mundo está “endurecendo” nas relações com a China. Mas também destacaram a necessidade de ter pontes com asiáticos e norte-americanos.

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“O mundo está endurecendo com a China. O Brasil tem uma característica diferente porque somos um grande exportador de alimentos, e a China é o nosso maior importador de alimentos. O Brasil sempre teve um comércio internacional bem distribuído entre os diversos blocos econômicos do mundo. Vamos manter assim”, declarou Gomes.

No Brasil, diversos segmentos do setor industrial pressionam por aumento de impostos nas importações asiáticas. Um dos casos — sem previsão para decisão na Câmara de Comércio Exterior (Camex) — é o pedido é para antecipar imediatamente a retomada da cobrança de alíquota de 35% na importação de carros elétricos. Os Estados Unidos, por exemplo, taxaram em 100%. Outro apelo, já foi rejeitado, como antecipou a Coluna do Estadão: o aumento de 16% para 35% para pneus de ônibus e caminhão.

O vice-presidente da República recordou que a China é o maior parceiro comercial e que os Estados Unidos são os maiores investidores dos brasileiros. “Então, nós temos que ter pontes com os dois”, concluiu Alckmin. Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. Em 2023, o comércio bilateral alcançou US$ 157 bilhões, um recorde histórico.

Já os norte-americanos foram o principal destino das exportações brasileiras no primeiro semestre de 2024. Segundo o Monitor do Comércio Brasil-EUA da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil), divulgado em julho, o Brasil exportou um valor recorde de US$ 19,2 bilhões para os EUA nos primeiros seis meses do ano, o que marca um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. O comércio bilateral entre Brasil e EUA totalizou US$ 38,7 bilhões no período, marcando um aumento de 5,1% em relação ao ano anterior.

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Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Foto: Werther Santana/Estadão

Em junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia externado o desejo de construir uma “parceira estratégica de muitos anos” com o mandatário chinês, Xi Jinping. O líder da China virá ao Brasil nos dias 18 e 19 de novembro para participar da Cúpula de Líderes do G-20, no Rio de Janeiro.

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