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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

Previdência dos parlamentares custa R$ 88,6 milhões por ano para a União

Estudo do Ranking dos Políticos mostra ainda que 65 senadores e 409 deputados estão recebendo aposentadoria especial com benefícios que chegam a R$ 40,7 mil

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Por Augusto Tenório e Roseann Kennedy
Atualização:

A previdência especial de deputados e senadores - que garante aposentadoria integral e com regras mais brandas do que as do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) - custa R$ 88,6 milhões por ano para a União, segundo levantamento do Ranking dos Políticos feito através da Lei de Acesso à Informação (LAI) e obtido pela Coluna do Estadão. Atualmente, 65 senadores e 409 deputados recebem o benefício. Os valores das aposentadorias variam de R$ 8.330,18 a R$ 40.698,89, mais do que cinco vezes o teto do INSS, que em 2023 era de R$ 7.507,49.

O Congresso Nacional.  Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Existem dois sistemas para a aposentaria dos parlamentares. O Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC), que cobria os congressistas até 1997, e o Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC), que substituiu o IPC e continua válido para os deputados e senadores até a 56ª legislatura (2019-2023), uma vez que a reforma da previdência impediu que os eleitos para a 57ª optassem por esse regime.

Atualmente, dos 65 ex-senadores que recebem aposentadoria especial, 20 o fazem pelo PSSC e 45 pelo IPC. Na Câmara, não foi possível saber quantos dos 409 ex-deputados recebem o benefício pelo IPC ou pelo PSSC. Na atual legislatura, 28 senadores e 107 deputados optaram por contribuir pelo PSSC, por terem sido eleitos na legislatura anterior, apesar da opção de contribuírem pelo INSS.

“Esses números mostram que a previdência especial dos parlamentares é um privilégio que onera os cofres públicos. Enquanto a população se aposenta com valores muito inferiores, os ex-congressistas desfrutam de benefícios que estão fora da realidade da maioria dos brasileiros”, afirma Luan Sperandio, Diretor de Operações do Ranking dos Políticos e coordenador do estudo.

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