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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

Ricardo Nunes recorre a Aécio Neves por apoio do PSDB nas eleições em São Paulo

Emedebista e tucano se encontraram em Brasília; sigla pretende tomar decisão na próxima quarta-feira

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Por Eduardo Gayer
Atualização:

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), se reuniu com o deputado federal Aécio Neves (PSDB) para negociar uma eventual adesão dos tucanos à sua reeleição. Os dois se encontraram nesta quarta-feira, 16, na sede do partido em Brasília. O presidente do MDB, Baleia Rossi, que coordena a pré-campanha de Nunes, também participou da reunião.

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“Falei para o Aécio que o governo aqui é predominantemente PSDB. Não tem sentido disputar contra o próprio governo”, relatou Nunes à Coluna do Estadão.

A conversa sobre o papel do PSDB nas eleições paulistanas foi em tom de visita de cortesia, e sem resultados práticos. A cúpula da legenda pretende se reunir na próxima quarta-feira, 24, para firmar um encaminhamento, que pode ser até pelo apoio a Nunes. Na prática, isso seria desautorizar a Executiva municipal do PSDB, que fechou questão para não entrar na aliança do prefeito.

Neste momento, três cenários estão à mesa do comando nacional da sigla:

  1. Lançar candidatura própria, com o apresentador José Luiz Datena na cabeça de chapa;
  2. Apoiar a pré-candidata a prefeita Tabata Amaral (PSB), com o direito de indicar o vice, que poderia ser Datena ou José Aníbal;
  3. Apoiar a reeleição de Ricardo Nunes, sem a garantia de indicar o vice — que tende a ser do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o deputado federal Aécio Neves. Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO e Câmara dos Deputados

Nos bastidores, lideranças do PSDB veem com ceticismo a hipótese de Datena lançar-se candidato, após ter feito movimentos políticos e depois desistido nas últimas quatro eleições.

O apoio a Ricardo Nunes, por sua vez, é visto sem entusiasmo, porque a sigla quer evitar qualquer pecha na opinião pública de aproximação com o bolsonarismo. O pano de fundo é o processo de “refundação” do PSDB, que mira chegar em 2026 como uma oposição de centro ao governo Lula.

Aécio Neves tem sinalizado a aliados que prefere marcar posição com uma candidatura própria. O ex-ministro Andrea Matarazzo, hoje no PSD, foi convidado para esse arranjo, mas resiste.

Ainda assim, no entorno de Tabata Amaral o apoio do PSDB é dado como certo, algo rechaçado pelo presidente do PSDB, Marconi Perillo.

À Coluna do Estadão, na semana passada, o presidente municipal do MDB-São Paulo, Enrico Misasi, afirmou que não desistiu do apoio tucano. “Mantemos o diálogo e queremos o PSDB na frente ampla que estamos construindo. Estamos de portas abertas”, declarou.

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A decisão do PSDB de não apoiar Nunes resultou no desembarque de todos os vereadores da sigla em São Paulo.

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