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CPI do MST tem bate-boca; deputada do PSOL diz a aliado de Bolsonaro que milícia matou Marielle

Coronel Chrisóstomo questionou quem teria matado a vereadora em 2018; em resposta, foi chamado de “miliciano” e “covarde” por Talíria Petrone e Tarcísio Motta

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Por Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desta terça-feira, 15, foi interrompida após um bate-boca entre os deputados do PSOL Talíria Petrone (RJ) e Tarcísio Motta (RJ) e o deputado bolsonarista Coronel Chrisóstomo (PL-RO). A discussão começou quando Chrisóstomo perguntou quem havia matado a ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco. Em resposta, Petrone disse que os algozes eram da milícia do Rio de Janeiro, que “frequentava a casa do ex-presidente Bolsonaro”, enquanto que Motta afirmou que o parlamentar de Rondônia “não tem coragem” de falar da ex-vereadora no microfone da Câmara dos Deputados.

Tarcísio Motta e Talíria Petrone discutiram com Coronel Chrisóstomo na CPI do MST Foto: Reprodução/TVCâmara

“E quem foi que matou a Marielle?”, questionou Chrisóstomo. “A milícia, líder da mlícia, a milícia que elegeu o seu presidente. Limpe a sua boca para falar de uma parlamentar executada pela milícia que frequentava a casa de Bolsonaro”, respondeu Petrone, que também chamou o parlamentar do PL de “miliciano”. Motta, por sua vez, disse que o congressista era “covarde” e pediu para que o aliado de Bolsonaro repetisse a frase no microfone da Câmara, para poder representar contra ele no Conselho de Ética da: “Não tem coragem, aí só fala no bastidor”.

A sessão desta terça da CPI do MST ouviu João Pedro Stédile, liderança histórica do movimento sem-terra. Ao chegar à Câmara dos Deputados, apoiadores de Stédile entoaram um canto interpretado como uma provocação à oposição, que perdeu força no colegiado na última semana: “Pisa ligeiro, pisa ligeiro, quem não pode com a formiga, não assanha o formigueiro”.

Investigação da morte de Marielle procura mandantes

No dia 24 do mês passado, o assassinato da vereadora, que aconteceu em 14 de março de 2018, voltou a figurar entre os assuntos políticos nacionais. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que uma delação premiada de Élcio Queiroz, motorista do carro utilizado para a execução da parlamentar, auxiliou a determinar os envolvidos no crime, dando início a novas fases da investigação, que ainda está em andamento.

Segundo Dino, “não há dúvidas” de que a morte de Marielle contou com a participação de pessoas ligadas às milícias e ao crime organizado do Rio. A ex-vereadora foi executada no bairro do Estácio, no centro do Rio, com quatro tiros na cabeça. Anderson Gomes, motorista do carro que a transportava pela cidade, foi atingido por três projéteis nas costas e também faleceu.