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Até garrafa é arremessada contra Aécio, muito xingado ao votar em BH

Senador minimiza clima hostil em colégio mineiro e diz que manifestações eram 'a democracia'; veja o vídeo

Por Pablo Pereira e Jonathas Cotrim
Atualização:

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi vaiado e xingado de "golpista", "ladrão" e "f...d...p...!" durante sua chegada e saída para votar em Belo Horizonte, no Colégio Milton Campos, no bairro de Lourdes. Aécio chegou ao local de votação pouco depois das 16h. Ao sair, o tucano candidato a deputado federal foi novamente hostilizado. Copos usados de café e até uma garrafa foram arremessados contra ele na rampa de descida da escola. Já na rua, apressado, Aécio disse que as manifestações eram "a democracia, é o que o país está vivendo".

O tucano disse que se sentia "muito feliz com a acolhida que eu tive em todo o Estado". E acrescentou: "Lamento apenas que nas últimas presidências nós tivemos (sic) uma eleição corrompida, segundo o coordenador da campanha da Dilma Rousseff, doutor Palocci, com R$ 800 milhões de dinheiro da propina". O senador acrescentou que "isso, sim, é um crime que precisa ser investigado  e punido". Ao ser questionado sobre quem ele apoiaria no segundo turno para presidente, Aécio respondeu somente "vamos aguardar", ao entrar no carro em meio ao tumulto.

Aécio Nevesvotoupor volta das 16h deste domingo (7) no Colégio Estadual Central, em BH Foto: FRED MAGNO/O TEMPO

O senador chegou à seção 111, que tem 493 eleitoras inscritos, quando as filas para votação já estavam diminuindo. Na fila, teve de aguardar o atendimento a um idoso com dificuldades de locomoção que esperava a vez para votar. Parado junto à parede, ouviu os xingamentos já citados. Confira no vídeo abaixo:

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Pela manhã, por volta de 8h20, a irmã dele, Andrea Neves, votou na seção 118 da mesma escola. Com poucos eleitores na fila, ela aguardou a vez por cerca de cinco minutos. Depois, deixou o local sem falar com a imprensa.

Andrea foi presa no ano passado pela Operação Patmos, um braço da Lava Jato, depois do escândalo da divulgação das gravações de conversas dela com o empresário Joesley Batista envolvendo a quantia de R$ 2 milhões. Responsável por toda a comunicação do governo do irmão em Minas, ela foi investigada na Lava Jato no caso de um repasse para Aécio em uma negociação que envolveria a venda de um apartamento da família no Rio. Liberada da cadeia, pelo STF, Andrea teve de ficar em prisão domiciliar e usar tornozeleira eletrônica. Em dezembro do ano passado, o ministro Marco Aurélio Mello suspendeu a prisão e a tornozeleira.

Também pela manhã, o prefeito de BH, Alexandre Kalil, votou por volta de 9h20 na mesma seção de Andrea Neves. Kalil entrou e saiu do local em clima de tranquilidade. Na saída, ouviu de uma eleitora que estava na fila um pedido para "voltar para o Galo". Kalil já foi presidente do Atlético Mineiro. De longe, ele acenou e sorriu. 

Andrea Neves espera na fila para votar no mesmo colégio onde o irmão já havia registrado seu voto Foto: RAMON BITENCOURT/O TEMPO

Ex-ministro do STF elogia urnas eletrônicas

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Perto das 11h, o ex-ministro do STF, Carlos Veloso, chegou acompanhado pelo desembargador Rogério Medeiros, vice-presidente do TRE mineiro. Depois de votar, Veloso afirmou que "desses 20 anos, o que de sério se fez neste país foi o Plano Real e as urnas eletrônicas". Ele lembrou que, a convite de governos como EUA e França, foi submetendo as urnas a exames de técnicos de grandes universidades americanas que legitimaram o sistema de votação brasileiro.

Sobre a desconfiança das urnas, Veloso disse que as pessoas não viveram o tempo das fraudes, do 'mapismo', que elegia e deselegia candidatos. Segundo Veloso, "as eleições de agora se polarizaram e essa polarização levou a isso", ou seja, à desconfiança no sistema.  "Muita gente não conhece como ela foi criada. A criação da urna teve a participação de toda a sociedade pensante brasileira", declarou, acrescentando que "até as Forças Armadas foram convocadas e enviaram técnicos".

Por fim, questionado se a democracia estava sob clima de ameaça, disse: "Acho que não". "Toda democracia corre risco, claro, mas as democracias estão consolidadas. As pessoas já perceberam, no nundo inteiro, que o melhor sistema de governo é mesmo o democrático", declarou. O ex-ministro afirmou que "essa eleição vai ser uma afirmação da democracia". "Veja a grandeza da urna: hoje, às nove horas da noite, vamos conhecer o resultado da eleição". 

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