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Haddad diz que decisão sobre candidatura de Lula deveria ser tomada somente em setembro

Candidato a vice e possível substituto do ex-presidente nas eleições 2018, o ex-prefeito preferiu não comentar o procedimento que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode adotar para julgar o caso

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Por Daniel Weterman
Atualização:

Candidato a vice e possível substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – condenado e preso na Operação Lava Jato – nas eleições 2018, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) acredita que a Justiça Eleitoral deve tomar uma decisão sobre o registro da candidatura de Lula por volta de 10 de setembro.

Com Lula preso, Haddad afirmou ser possível ele próprio estar no debate entre candidatos à Presidência na sexta-feira, 17. Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO/DIVULGAÇÃO

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"Pela jurisprudência, essa decisão deveria ser tomada lá pelo dia 10 de setembro", disse Haddad durante sabatina promovida pelo portal Catraca Livre e pela Casa do Baixo Augusta, em São Paulo, nesta segunda-feira, 13.

Ele não quis, no entanto, comentar o procedimento que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode adotar para julgar a candidatura do ex-presidente. O ministro Admar Gonzaga, um dos integrantes da Corte eleitoral, reiterou em despacho que a decisão sobre Lula pode ser tomada de ofício, ou seja, sem provocação do Ministério Público ou um adversário, ou após pedido de impugnação.

O PT registrará Lula como candidato e Haddad como vice na próxima quarta-feira, 15. Para marcar o registro, militantes farão um ato em Brasília. Na véspera, Haddad irá para a capital federal participar de atos públicos e acompanhar a "marcha" promovida por integrantes do Movimento Sem Terra (MST).

Participação em debate

Com Lula preso, Haddad afirmou ser possível ele próprio estar no debate entre candidatos à Presidência na sexta-feira, 17, realizado pela RedeTV!. Segundo o ex-prefeito, o partido negocia com o canal de televisão e a emissora não discordaria de ter Haddad como representante de Lula no programa.

Ele ainda cobrou que os demais candidatos defendam a presença do PT no debate, lembrando que fez isso quando era candidato à reeleição na capital paulista, em 2016, e defendeu a presença de Luiza Erundina (PSOL) nos programas. "Eu não estou cobrando uma atitude que eu mesmo não tenha tido."

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Nesta segunda-feira, o candidato a vice classificou com "plantação de gente que não tem importância" o movimento de uma ala do PT que procurou diminuir sua exposição e barrar sua indicação como porta-voz de Lula nos debates. Isso fez com que Lula mandasse um recado que Haddad é a "voz" e a "pernas" do ex-presidente enquanto ele estiver preso. "Se alguém for representar, se a pessoa for com um discurso reto sobre isso, é melhor para o Lula que alguém o represente", disse Haddad.

Sobre os comentários que poderia adotar o nome “Fernando Lula Haddad” na urna em outubro, o ex-prefeito disse que nunca pensou sobre isso e que espera nem precisar estar na chapa. A deputada gaúcha Manuela d’Ávila (PCdoB), que assistiu à sabatina na plateia, foi indicada para assumir a vice após a decisão judicial sobre Lula.

No domingo, 12, o diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, em entrevista ao Estado, relatou que o juiz federal Sérgio Moro “exigiu” que o mandato de prisão contra o ex-presidente Lula, em abril, fosse cumprido rapidamente após expedido. Comentado a declaração, Haddad disse que “as coisas estão sendo mal conduzidas” no processo que levou Lula à condenação e à prisão.

Haddad defende que apenas sindicalizado seja beneficiado com acordo coletivo

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Fernando Haddad defendeu que, caso o imposto sindical continue extinto no País, apenas trabalhadores sindicalizados sejam beneficiados em acordos coletivos.

“Ou tem imposto sindical, ganha todo mundo, ou não tem imposto sindical e ganham só os sindicalizados”, afirmou o ex-prefeito da capital paulista. Para ele, dessa forma os trabalhadores seriam motivados a pagar anuidades para entidades sindicais em troca de ser beneficiados pelo trabalho dos sindicatos.

Haddad classificou ainda a reforma feita no governo do presidente Michel Temer como “fiasco”. O programa de governo do PT propõe revogar a medida e apresenta um referendo como instrumento para anular a reforma.

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