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Depoimentos de Mauro Cid à PF somam 33 horas; veja como foram divididos

Tenente-coronel já depôs à Polícia Federal em sete ocasiões, por diferentes inquéritos, além de ter selado acordo de delação com os investigadores

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Foto do author Juliano  Galisi

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), depôs por mais de nove horas à Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira, 11. O depoimento começou às 15 horas de segunda e só terminou às 00:20 de terça, conforme apurado pelo Estadão.

Apesar da extensão, não se trata da audiência mais longa de Cid com os investigadores da PF. É o sétimo depoimento do tenente-coronel à corporação, que totalizam 33 horas. Além disso, Cid prestou uma delação premiada de termos que tramitam em sigilo.

Cid depôs à PF sete vezes

  • 3 de maio de 2023: não falou;
  • 18 de maio de 2023: não falou;
  • 6 de junho de 2023: não falou;
  • 25 de agosto de 2023: 2 horas;
  • 28 de agosto de 2023: 10 horas;
  • 31 de agosto de 2023: 12 horas;
  • 11 de março de 2024: 9 horas.
É o sétimo depoimento de Mauro Cid à PF; audiências somam mais de 24 horas Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Cartão de vacina e invasão ao CNJ

Mauro Cid foi preso pela PF no dia 3 de maio, durante as diligências da Operação Venire, investigação sobre uma possíveis fraude nos cartões de vacinação de Jair Bolsonaro e sua filha Laura. O tenente-coronel foi convocado a depor em três ocasiões: no dia 3 de maio, no dia 18 de maio e no dia 6 de junho. Nas três oportunidades, optou por permanecer em silêncio.

Operação Venire teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta adulteração em cartão de vacina; ele nega participação Foto: Wilton Junior/Estadão

Cid integrou a equipe de ajudância de ordens de Bolsonaro e, após a deflagração da Venire, se viu envolvido em mais diligências contra o ex-presidente. Em agosto de 2023, o tenente-coronel foi questionado no bojo da investigação sobre a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserção de mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O pivô do caso é Walter Delgatti Neto, o “hacker da Vaza Jato”. Cid falou à PF sobre o caso do hacker em 25 de agosto, por 2 horas, e voltou a depor três dias depois, quando falou por 10 horas.

Walter Delgattipresta depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do dia 8 de Janeiro Foto: Wilton Junior/Estadão

‘Caso das joias’

O ex-ajudante de ordens foi vinculado a outra investigação, o caso das joias sauditas. , com a deflagração pela PF da Operação Lucas 12:2. Segundo as diligências, aliados do ex-presidente teriam vendido joias e outros objetos de valor recebidos em viagens oficiais da Presidência da República.

Polícia Federal descobriu que o segundo pacote das joias sauditas, de paradeiro até então desconhecido, foi listado como acervo privado do ex-presidente Bolsonaro Foto: Reprodução/TV Globo

Cid é suspeito de ter participação das negociações ilegais. Um dos presentes vendidos é uma estatueta de coqueiro, que teria sido negociada pelo tenente-coronel e seu pai, o general Mauro Cesar Lourena Cid. Mauro Cid, o filho, voltou a prestar depoimento à PF em 31 de agosto, quando falou por 12 horas, depoimento de maior duração até aqui.

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Acordo de delação

Após os seis depoimentos, Cid fechou um acordo de cooperação com os investigadores para prestar delação premiada. Os termos do acordo tramitam em caráter de sigilo. Sabe-se, entretanto, que alvos da Operação Tempus Veritatis foram citados por Cid na delação. São os casos de Filipe Martins e Walter Braga Netto. A delação do tenente-coronel também mencionou a existência da “minuta golpista”, elemento-chave do inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado.

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