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Michelle disse que Deus provaria honestidade de Milton Ribeiro, preso pela Polícia Federal

No dia da demissão, primeira-dama afirmou que confiava em ex-ministro, de quem se aproximou pelo vínculo religioso

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Por Felipe Frazão
Atualização:

BRASÍLIA - A primeira-dama Michelle Bolsonaro defendeu em público o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira, 22, quando já havia fortes suspeitas contra ele. No dia em que Ribeiro se demitiu, em 28 de março, Michelle disse que confiava no ex-ministro, mesmo diante de uma série de reportagens do Estadão que revelaram desmandos e até pedidos de propina no gabinete paralelo. O esquema era operado por pastores amigos de Ribeiro, dentro do Ministério da Educação (MEC).

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“Eu amo a vida dele. Deus sabe de todas e vai provar que ele é uma pessoa honesta, justo, fiel e leal”, disse Michelle a jornalistas, naquela ocasião. “Estou orando pela vida dele.”

Ao lado de outros ministros, Michelle afirmou que conversava com Ribeiro diariamente. Religiosa, a primeira-dama se aproximou de todos os ministros evangélicos do governo e costumava promover orações em encontros públicos ou reservados, ao lado deles.

Em março, quando o esquema no MEC foi revelado pelo Estadão, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que colocaria a sua “cara no fogo” por Milton Ribeiro; Michelle disse que o ex-ministro era uma pessoa "honesta" Foto: Wilton Junior/Estadão

Pelo menos três ex-ministros tiveram proximidade com Michelle por causa do vínculo religioso. Além do pastor Milton Ribeiro, que é da Igreja Presbiteriana, Michelle cultivou uma relação de amizade com a ex-ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), pastora da Igreja Batista da Lagoinha, e com André Mendonça, reverendo da Igreja Presbiteriana Esperança.

Mendonça foi titular da Justiça e Segurança Pública e da Advocacia-Geral da União (AGU) antes de ser indicado para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), com apoio de Michelle. Até então, Mendonça era o ministro da Esplanada com relações mais estreitas com Ribeiro. Foi ele quem articulou a indicação do pastor para o MEC, após a queda de Abraham Weintraub, e até sugeriu nomes para compor a equipe.

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