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Qual é o perfil de quem foi ao ato na Avenida Paulista convocado por Bolsonaro?

Estudo feito pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP, mostra as características de quem foi à manifestação em defesa do ex-presidente

Foto do author Julia Camim
Por Julia Camim

No domingo, 25, o Monitor do Debate Político no Meio Digital, projeto de pesquisa realizado pelo Grupo de Politicas Públicas para o Acesso à Informação (GPoPAI), da Universidade de São Paulo (USP), realizou um estudo durante o ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista. Foram pesquisadas as características e a opinião sobre diversos assuntos políticos dos presentes na manifestação.

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A pesquisa foi realizada com 575 pessoas entre 13h30 e 17h em toda a extensão da avenida. O grau de confiança é de 95%, com margem de erro de quatro pontos porcentuais para mais ou para menos.

A partir das respostas obtidas pelo Monitor, é possível identificar o perfil de quem foi às ruas a pedido de Bolsonaro em meio a investigações da Polícia Federal (PF) que apuram se houve envolvimento do ex-presidente em uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.

O retrato é de um homem branco identificado com a direita, católico e que se considera muito conservador no que diz respeito a temas como família, drogas e punição a criminosos. O manifestante, que mora em São Paulo, tem mais de 35 anos, renda familiar entre três e dez salários mínimos e possui ensino superior.

Maior parte do público entrevistado em ato na Avenida Paulista, convocado por Bolsonaro, se declara homem, branco e de direita. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Este perfil é baseado nos seguintes dados e considerando a margem de erro:

  • Perguntados sobre seu sexo, 62% dos entrevistados respondeu ser homem e 38%, mulher.
  • Em relação à cor, 65% do público se declara branco; 26% pardo; 5% preto; 1% amarelo; 1% indígena; 2% indicou a opção “outro”.
  • Sobre a identidade política, 92% respondeu ser de direita; 3% centro; 1% esquerda; 3% nenhuma das opções; 1% não sabe.
  • A religião de 43% dos manifestantes entrevistados é a católica; 29% evangélica; 10% espírita ou kardecista; 7% outras; 10% nenhuma.
  • Em relação ao nível de conservadorismo quando se trata de assuntos como família, drogas e punição a criminosos, 78% disse ser muito conservador; 18% é um pouco conservador; 2% nada conservador; 1% não sabe.
  • Demograficamente, 66% dos entrevistados moram na Grande São Paulo, enquanto 34% residem em outra cidade.
  • A idade de 3% é entre 16 e 24 anos; 8% têm entre 25 e 34 anos; 21% têm entre 35 e 44 anos; 23% entre 45 e 54 anos; de 55 a 65 anos são 25%; os que têm mais que 65 anos somam 19%.
  • Sobre a renda familiar, expressa em salários mínimos, 10% disse ter até dois; 13% de dois a três; 26% de três a cinco; 25% de cinco a dez; 13% de dez a 20; 9% ganham mais que 20 salários mínimos; 4% não respondeu.
  • Em relação à escolaridade dos entrevistados, 6% respondeu ter ensino fundamental; 26% ensino médio; 67% ensino superior.

ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo, 25, reuniu milhares de manifestantes na Avenida Paulista. As principais estimativas quanto ao público são divergentes: a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que 600 mil pessoas estiveram na via e, se considerados os presentes na região adjacente à Paulista, a projeção vai a 750 mil; já o Monitor do Debate Político no Meio Digital, projeto de pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), calculou que cerca de 185 mil pessoas estavam na avenida durante o pico do protesto.

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