Foto do(a) blog

Informações, análises e bastidores do poder

No JN, Serra diz que PT usa denúncia contra Paulo Preto para 'nivelar todo mundo'

André Mascarenhas

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Em entrevista ao Jornal Nacional na noite desta terça-feira, 19, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, atribuiu a adversários as denúncias contra o ex-diretor da Dersa Paulo Viera de Souza, o Paulo Preto, e classificou as acusações contra sua campanha como uma tentativa do PT em se "niverlar" por meio de escândalos.

PUBLICIDADE

Serra diz que fará 'mudança ampla' na política econômica

Serra acusa Vox Populi de maquiar números de pesquisas

Perguntado sobre a declaração de Paulo Preto, de que "não se abandona um líder ferido na estrada", Serra disse que não houve desvio de dinheiro em sua campanha, e acrescentou que, se houvesse, ele que seria a vítima. "Sempre existe num partido gente que gosta de um, gente que não gosta do outro. O fato é que não houve o essencial, que é o desvio de dinheiro na minha campanha. Porque eu saberia. Em todo caso, nós seríamos a vítima", disse.

Reportagem publicada pela revista IstoÉ afirma que o ex-diretor da Dersa teria desviado cerca de R$ 4 milhões de um suposto caixa dois da campanha tucana.

Publicidade

Serra voltou a negar as acusações, mas ponderou que, se fosse verdadeiro, o caso não teria a mesma importância de escândalos como o de tráfico de influência na Casa Civil, que resultou na demissão da ex-ministra Erenice Guerra. "Não se trata nem de dinheiro do governo. É um dinheiro que foi contribuição para uma campanha", disse. "Eu não tenho nenhum chefe da Casa Civil que ficou do meu lado e que aprontou tudo o que a Erenice aprontou, braço direito da Dilma", acrescentou. Erenice foi chefe de gabinete da candidata do PT, Dilma Rousseff, durante sua passagem pela chefia da Casa Civil.

Segundo Serra, o PT "gosta de vir com ataques destes meio incompreensíveis para nivelar todo mundo."

O candidato do PSDB também foi questionado sobre a contratação da filha de Paulo Preto durante suas passagens pela prefeitura e pelo governo de São Paulo. Segundo Serra, não foi ele o responsável por oferecer os empregos à jovem, que teria a qualificação necessária para os cargos que ocupou. Em sua resposta, o tucano voltou a citar o caso Erenice. "Ela não está em nenhum cargo que tome decisões, faça lobby, pegue dinheiro, como no caso dos filhos da Erenice", disse.

Aborto. Serra voltou a ter de se pronunciar sobre a exploração do tema aborto por sua campanha. Na opinião do candidato, foi o PT que levou o assunto para o debate, através promulgação do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), que, segundo ele, "tornava transgressor, criminoso, aquele que fosse contra o aborto".

"Não fomos nós que levantamentos, nem nós exploramos", disse. Para o candidato do PSDB, a polêmica em torno do caso foi uma reação da população às contradições de Dilma, que no passado "manifestou-se à favor do aborto" e que hoje diz ser contra. "Eu sempre manifestei que sou contra a liberação do aborto. E nunca explorei isso do ponto de vista de que ela (Dilma) estaria errada por ser à favor do aborto. O que acontece é que ela afirmou uma coisa, e depois afirmou o oposto", anotou.

Publicidade

Serra acrescentou que sempre visitou igrejas nas campanhas das quais participou. "Não há nada forçado nesse sentido. E, aliás, a candidata não fez outra coisa senão frequentar igrejas. Coisas que habitualmente ela não fazia."

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Marina. O candidato do PSDB teve ainda de esclarecer suas declarações sobre a candidata derrotada do PV Marina Silva, durante debate da TV Globo do primeiro turno. Segundo Serra, Marina errou ao compará-lo a Dilma. Em resposta, Serra disse que à época que Marina e Dilma eram parecidas por terem permanecido no governo Lula após o escândalo do mensalão. "Não foi propriamente uma acusação. Foi mostrar que, se você começa a fazer comparações, você pode chegar a qualquer conclusão", explicou.

"Eu gosto muito da Marina. É uma pessoa que eu admiro. E ela deu uma grande contribuição no Brasil para a democracia", acrescentou.

Desperdício. O tucano argumentou ao fim da entrevista que há margem no orçamento da União para suas propostas de campanha. Serra se comprometeu com a ampliação do salário mínimo para R$ 600, a concessão de um 13º para os beneficiários do Bolsa Família e reajuste de 10% para os aposentados. "Eu fiz essas propostas porque acho que são fundamentais do ponto de vista social", disse.

De acordo com o candidato do PSDB, os recursos necessários corresponderiam a 1% do orçamento atual. Questionado sobre como conseguir o dinheiro, Serra explicou haver "dinheiro que vai entrar para o governo, no ano que vem, que está subestimado". O tucano citou ainda o efeito que os aumentos teriam sobre a arrecadação e o "corte de desperdício". "Com isso, nós vamos ser capazes de cobrir esse 1%. E do ponto de vista do País, representa um grande salto social e uma medida de justiça", disse.

Publicidade

Serra aproveitou para cutucar o governo federal, que, em sua opinião, não concede os benefícios porque aposta em outras prioridades como a concessão de subsídios "a investimentos que provavelmente não são rentáveis". "Tem muito desperdício. Muito desvio de dinheiro público", atacou. "Nós vamos enxugar tudo isso pra poder atender aos mais necessitados."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.