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Rádios contestam acusação da campanha de Bolsonaro

Cinco de oito rádios citadas pelos advogados do presidente dizem que não cometeram irregularidade na veiculação de propagandas eleitorais; uma delas admite que em apenas um dia, por falha no seu sistema, divulgou 15 inserções a mais de Lula

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Foto do author Weslley Galzo

BRASÍLIA. Cinco das oito rádios do Nordeste citadas pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) contestaram a denúncia de que deixaram de divulgar o conteúdo da propaganda eleitoral do candidato à reeleição. A maioria das empresas diz que divulgou corretamente todo o material de divulgação das duas candidaturas à presidência da República e tem como mostrar isso se forem convocadas a dar explicações à Justiça Eleitoral. Uma sexta emissora admitiu que houve falha na divulgação apenas um dia da campanha, em 14 de outubro.

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Segundo a emissora Extremo Sul, de Itamaraju (BA), por conta de falha no software que gere a grade de veiculação de conteúdo foram divulgadas 15 inserções a mais de Lula. A rádio alegou ainda que a campanha de Bolsonaro atrasou a entrega das peças publicitárias.

Os advogados do presidente enviaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) documento em que citam oito emissoras da Bahia que teriam divulgado 730 inserções a mais da campanha do petista Luiz Inácio Lula da Silva. A defesa de Bolsonaro alega que isso é prova de desequilíbrio na disputa eleitoral e pediu a suspensão dos anúncios do petista nas rádios.

O ministro da Comunicações, Fábio Faria (esq.), divulgou o que chamou de "fato "grave" sobre erros na divulgação nas propagandas de Bolsonaro nas rádios do Nordeste. Foto: Evaristo Sá / AFP

Rádios citadas reagiram à acusação. Dizem que veicularam todo o material que receberam. Uma delas, a Viva Voz, de Extremo Sul, de Várzea da Roça (BA), sustentou que a campanha de Bolsonaro atrasou a entrega do material. A outra campanha, segundo a emissora entregou no dia 6 de outubro. Já a chapa de Bolsonaro só liberou as inserções da propaganda no dia 10. Segundo a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), quando uma campanha não entrega o material no tempo devido, a emissora deve veicular o material da Justiça Eleitoral (em TV isso feito é com uma logomarca da Justiça Eleitoral que ocupa o espaço que deveria ser usado pela campanha).

Veja o que dizem as rádios:

Rádio Povo de Poções e Rádio de Feira de Santana (BA), ambas do Grupo Sistema Pazzi de Comunicação - Sustentam que todo o material recebido das coligações que disputam o segundo turno presidencial foi veiculado conforme determinações do tribunal eleitoral. Dizem que “não houve erros ou omissões”. As informações podem ser conferidas pela Justiça Eleitoral.

Rádio Integração FM, de Surubim (PE) - Informou ter feito levantamento de todas as inserções veiculadas e identificou que há divergência com o que foi sustentado pelo partido de Bolsonaro. Cita como exemplo uma inserção que o PL alega que deveria ter sido veiculada às 7h05 do dia 10 de outubro. Neste horário, a rádio estava transmitindo o horário eleitoral gratuito.

Rádio Bispa, de Recife - Negou em nota que não tenha veiculado as inserções e ainda afirmou que a frequência que aparece no relatório não é a da emissora.

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Rádio Viva Voz, de Várzea da Roça (BA) - Diz que recebeu as inserções da campanha do petista Lula no dia 6 de outubro, mas que a campanha de Bolsonaro só encaminhou as propagandas no dia 10. Em nota, a emissora diz que tem os emails para comprovar essa informação e que está disponível para prestar esclarecimentos à Justiça Eleitoral.

Rádio Extremo Sul, de Itamaraju (BA) - Dizem que houve um problema no software que gere a grade de veiculação de conteúdo da emissora no dia 14 de outubro. A falha teria levado a divulgação de 15 inserções a mais de Lula. A rádio atribuiu a discrepância entre os candidatos ao atraso na entrega do material pela campanha de Bolsonaro.

Outras rádios citadas no documento da defesa de Bolsonaro que ainda não se manifestaram: Rádio Clube FM, de Santo Antonio de Jesus (BA) e Rádio Hits, Recife

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