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Senado vai discutir impacto do X no processo democrático do Brasil em audiência pública

Autora do requerimento considerou como ‘muito graves’ declarações do empresário Elon Musk, que acusou o ministro do STF Alexandre de Moraes de praticar censura e tomar decisões autoritárias

Foto do author Rafaela  Ferreira
Por Rafaela Ferreira
Atualização:

BRSÍLIA – A Comissão de Defesa da Democracia do Senado vai debater a atuação e os impactos da plataforma X (antigo Twitter) no processo democrático do Brasil em uma audiência pública. Nesta quarta-feira, 10, o colegiado aprovou o requerimento para a sessão. A data para a realização da discussão ainda será definida.

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As críticas do empresário e dono do X, Elon Musk, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes motivou o pedido da senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Na justificativa do requerimento, a parlamentar classificou como “muito grave” as críticas do bilionário ao magistrado.

Nos últimos dias, Musk tem criticado decisões do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de ameaçar descumprir a determinação de Moraes de bloqueio a perfis na plataforma. No X, Elon Musk afirmou que o ministro deveria “renunciar ou sofrer um impeachment”, além de se referir a Moraes como “ditador do Brasil” que possui “Lula na coleira”.

X, antigo Twitter, é de propriedade de Elon Musk Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP

A senadora ainda disse que nenhuma empresa e nenhum empresário, sobretudo quando instalados em um país estrangeiro, pode se contrapor frontalmente ao Estado democrático.

“Entendendo como muito graves as declarações recentes do empresário Elon Musk, sul-africano radicado nos Estados Unidos, dono majoritário do antigo Twitter (hoje conhecido pela marca X), sugerimos à CDD a realização de uma audiência pública para esclarecer as agressões às autoridades brasileiras constituídas, com a participação de responsáveis pela empresa, especialistas e autoridades”, afirmou a Eliziane.

A autora do requerimento também questiona qual seria o papel desempenhado pelas grandes empresas de tecnologia, as big techs, e pelas redes sociais no processo democrático. Segundo a parlamentar, há um “impacto nefasto das chamadas fake news e dos algoritmos, que conformam bolhas de percepção manipulada da realidade e destituídas de qualquer espírito crítico”.

Senadora Eliziane Gama, presidente da Comissão de Defesa da Democracia Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Para a senadora, essas novas tecnologias permitem que as máquinas desempenhem atividades e funções humanas em uma escala gigantesca e, muitas vezes, incontrolável. “A democracia e as nações não podem naufragar diante dessa avalanche tecnológica. A tecnologia deve obedecer a imperativos humanos, não o contrário”.

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