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Tarcísio de Freitas é absolvido pelo TRE-SP em ação sobre tiroteio em Paraisópolis

Governador de São Paulo era acusado de utilizar bens da União em proveito da sua campanha na eleição do ano passado

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Foto do author Gustavo Côrtes
Por Gustavo Côrtes

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) absolveu por unanimidade o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta terça-feira, 17, em ação sobre o tiroteio em Paraisópolis. Ele era acusado de utilizar bens da União em proveito da sua campanha, devido à presença de seu ex-assessor Danilo Campetti, que é policial federal e na época concorria a deputado estadual, naquela agenda, realizada em outubro do ano passado.

O agente chegou a sacar o distintivo e a arma da PF durante o confronto, o que, na visão da Procuradoria Geral Eleitoral, configura o emprego de bens públicos em campanha. A defesa de Campetti, que também é réu na ação, comprovou que ele estava de folga e alegou que o uso dos equipamentos da corporação não tinham relação com o ato eleitoral, e sim com o tiroteio. Também lembrou que ele havia sido candidato e participou da visita na condição de apoiador.

O TRE-SP absolveu por unanimidade o governador Tarcísio de Freitas em ação sobre o tiroteio em Paraisópolis. FOTO: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

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Na ocasião, o então candidato ao governo do Estado, fazia uma visita ao 1º Polo Universitário de Paraisópolis quando houve uma troca de tiros a cerca de cem metros do local e um homem foi morto após ser baleado. De acordo com uma perícia da Polícia Civil, o disparo foi efetuado por um policial militar.

Com a decisão favorável, auxiliares do governador avaliam que o caminho está livre para que Campetti assuma seu mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Ele obteve 52 mil votos, mas não conseguiu se eleger. Atualmente, é o primeiro da fila de suplentes do Republicanos e ganharia uma vaga na Alesp caso Tarcísio nomeie um deputado estadual da legenda para um cargo no Executivo.

Segundo interlocutores, Tarcísio temia que o processo contra ele e Campetti na Justiça Eleitoral expusesse sua gestão e gerasse desgaste desnecessário ao governo em uma eventual posse de seu ex-assessor como deputado.

Em junho, o policial precisou deixar o cargo de assessor especial do governador após o Ministério da Justiça cancelar sua cessão. Em ofício enviado ao secretário de Governo, Gilberto Kassab, a pasta afirmou que a decisão foi tomada devido à falta de efetivo.

Aliados de Tarcísio, no entanto, consideram que houve tentativa de vingança pessoal por parte de Lula, já que Campetti atuou na prisão e na condução coercitiva do presidente durante a Operação Lava Jato e o escoltou, em 2019, quando o petista teve liberdade provisória concedida para ir ao velório do neto.

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Dois meses depois de retornar à delegacia da PF em São José do Rio Preto, onde estava lotado, ele foi afastado preventivamente das suas funções na corporação em razão de um processo administrativo disciplinar aberto para investigar sua participação no tiroteio de Paraisópolis.

O afastamento acaba no próximo dia 1º e precisa de uma justificativa para ser prorrogado. Aliados de Tarcísio esperam que a decisão também impeça o alongamento da suspensão.

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