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Tarcísio diz que ‘não há exploração da fé' pela campanha de Bolsonaro

Candidato do Republicanos defende que mistura entre política e religião ‘não está indo longe demais’

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Foto do author Gustavo Queiroz
Atualização:

O candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, minimizou críticas de que ele e o presidente Jair Bolsonaro (PL) estariam usando celebrações religiosas como palanque eleitoral. Em sabatina realizada pela Jovem Pan, o ex-ministro disse que “não está havendo exploração da fé” pela campanha do chefe do Executivo e que a mistura entre política e religião “não estão indo longe demais”.

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“Não está havendo exploração da fé. Você tem um presidente que é cristão, que defende valores da família. Professar a fé, mostrar a sua veia religiosa não é problema nenhum”, disse. Tarcísio também foi questionado sobre alegações de Bolsonaro de que o PT “fecharia igrejas” se voltar ao Poder.

“Não acho que esteja indo longe demais (a mistura entre política religião). O debate é que valores a gente quer para nossa sociedade. O Estado é laico, o presidente e eu somos cristãos. Como cristão, você tem uma linha que você tem que defender”, completou.

Visita de Tarcísio de Freitas em Paraisópolis, na Zona Sul de SP, é interrompida por tiroteio na comunidade. Candidato do Republicanos ao governo de SP estava dentro do prédio de um polo universitário quando disparos ocorreram do lado de fora. Ele não ficou ferido.  Foto: Reprodução/TV Globo

Tarcísio também alegou que situações de agressão registradas durante o dia de Nossa Senhora Aparecida, no Santuário Nacional, durante a visita de Bolsonaro não refletem a postura do presidente e teriam sido protagonizadas também por opositores do presidente.

“O presidente não pode ser responsabilizado por excesso de um apoiador ou outro que por ventura não sabe se comportar e não entenda a importância daquela festa. Do ponto de vista do comportamento do presidente, nenhum reparo a fazer. Do lado de fora você tinha apoiadores dos dois lados, você tinha gente também contrária ao presidente que não se comportou de forma adequada”, disse.

Tarcísio e Bolsonaro cumprem uma extensa agenda com foco no eleitorado religioso. Além de comparecerem em Aparecida (SP), também estiveram em diversos cultos evangélicos. Em uma ocasião, o presidente chegou a pedir aos fiéis virarem votos de nordestinos.

Como mostrou o Estadão, a disputa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro arrastou a Igreja Católica para debate eleitoral. Autoridades eclesiásticas tiveram de ir a público pedir “calma”, “discernimento” e “respeito” entre os fiéis, em meio às divergências. O arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, pro sua vez, teve de explicar por que usa vestes vermelhas – a cor da vestimenta dos cardeais.

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O candidato também voltou a dizer que o tiroteio que ocorreu em Paraisópolis a cerca de 100 metros do local em que cumpria uma agenda de campanha não teve caráter político-eleitoral.

“Não tem nada a ver com a minha pessoa, não é atentado, não tem questão político-partidária”, defendeu. Para ele, a troca de tiros teve relação com domínio territorial. “Você entrou aqui e não pediu permissão, a gente não sabia que você estaria aqui, não é assim que funciona”, disse, sobre a motivação dos suspeitos envolvidos na troca de tiros. “Houve um recado, uma tentativa de intimidação.”

Questionado sobre o uso de câmeras corporais pelos profissionais, equipamento que será usado para elucidar o caso em Paraisópolis, Tarcísio reiterou ser crítico à política, mas sugeriu que, se eleito, não tomará sozinho a decisão de continuidade ou não do sistema. “Vou ouvir os especialistas da área de segurança pública para que a gente reestabeleça a sensação de segurança. Com a equipe de Segurança Pública a gente vai avaliar qual é o melhor uso dessa câmera se é que tem que ser usada”. Segundo ele, é necessário “coibir eventuais excessos de maus policiais”.

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